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Infecções por Aedes aegypti aumentam risco de complicações no parto
Estudo aponta que gestantes infectadas pelo mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya apresentam maior incidência de partos prematuros
Segunda-feira, 29 Setembro de 2025 - 13:30 | Redação

Doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya, chamadas arboviroses representam preocupação crescente para a saúde materno-infantil no Brasil. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado recentemente na revista Nature Communications, analisou mais de 6,9 milhões de nascidos vivos entre 2015 e 2020 e revelou que a infecção por esses vírus durante a gestação está associada a maiores riscos de complicações no parto e para os recém-nascidos, incluindo parto prematuro, baixo peso ao nascer e morte neonatal.
A pesquisa, conduzida pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Fiocruz Bahia), indica que a infecção por arboviroses durante a gestação eleva o risco de parto prematuro, baixo escore de Apgar, avaliação rápida realizada após o nascimento para verificar a adaptação à vida fora do útero e óbito neonatal.
Anomalias
A dengue, além de estar associada ao parto prematuro e ao baixo peso ao nascer, também demonstrou relação com alterações estruturais e funcionais no desenvolvimento fetal, conhecidas como anomalias congênitas. No caso da zika, os efeitos adversos foram ainda mais amplos, com destaque para a má-formação congênita, cujo risco foi mais que duplicado entre bebês de mães infectadas.
O pesquisador Thiago Cerqueira-Silva avaliou que “os padrões de risco variam entre o vírus e o período da infecção”, indicando diferentes níveis de vulnerabilidade em cada fase da gestação.
Risco de morte
“O estudo fornece evidências robustas e detalhadas que desmistificam a ideia de que apenas a zika é uma grande ameaça na gravidez. Demonstramos que a chikungunya e a dengue também têm consequências graves, como o aumento do risco de morte neonatal e anomalias congênitas. Essa informação é crucial para direcionar a atenção clínica e de saúde pública”, explicou Cerqueira-Silva.
Ele acrescentou que o estudo traz novas evidências sobre os impactos das infecções por arbovírus na gestação, reforçando a importância da vigilância e da prevenção ao longo de toda a gravidez.
Prevenção
Para o pesquisador, os resultados evidenciam a necessidade de fortalecer as medidas de prevenção durante a gestação. “Isso não apenas protege a saúde das mães, mas também ajuda a evitar consequências que podem marcar a vida dessas crianças por muitos anos”, afirmou.
Ele ressaltou que, em comunidades vulneráveis, a maior exposição ao mosquito transmissor aumenta o risco de infecção, e os efeitos durante a gravidez tendem a ser mais severos. Além disso, o peso financeiro no cuidado de crianças com anomalias congênitas ou complicações neonatais recai de forma desigual sobre famílias de baixa renda.
Diante desse cenário, Cerqueira-Silva defende a ampliação da cobertura vacinal contra a dengue e a inclusão da vacinação contra a chikungunya na política nacional de imunização. “Deve-se garantir que as vacinas existentes (dengue e chikungunya) sejam oferecidas gratuitamente e com ampla cobertura, independentemente de sua condição socioeconômica. Além disso, campanhas educacionais informando sobre os riscos associados à dengue e à chikungunya durante a gestação são necessárias, uma vez que atualmente apenas os impactos negativos da zika são bem difundidos”, concluiu.
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