Famosa avenida tem nome de personagem histórico. Quem foi Afonso Pena?

Ao longo dos seus aproximadamente 7,8 Km, a Avenida Afonso Pena é exuberante em sua aparência e serviços ao campo-grandense. Quem passa por ali encontra natureza, praças, comércios diversos, restaurantes, prédios comerciais, residenciais, shopping e por aí vai. Considerada a mais famosa e, por muitos, a mais bonita (e não só de Campo Grande), a via foi batizada com o nome de um relevante personagem histórico: Afonso Pena, você sabe quem foi?

Antes de começar a colocação histórica sobre o personagem homenageado é importante destacar que o primeiro nome da imponente avenida não foi Afonso Pena. Consta que no início da urbanização de Campo Grande, a partir de 1909, ela se chamava Avenida Marechal Hermes, porém, a Câmara Municipal mudou para homenagear o Presidente Afonso Pena, responsável político pela vinda da Noroeste para a cidade.

Afonso Pena foi o sexto presidente da República, de 1906 até sua morte até sua morte em 1909. Seu governo foi marcado pela expansão do sistema ferroviário e a criação da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Nascido em Santa Bárbara, nas Minas Gerais, ele iniciou sua carreira política durante o Império, exercendo vários cargos, incluindo de presidente de Minas Gerais, legislador, presidente do Banco da República e ministro de Estado.

Em 1866, Afonso Pena mudou-se para São Paulo, onde ingressou na Faculdade de Direito, tornando-se bacharel em Direito no ano de 1870. Durante a sua graduação, Afonso Pena estudou com algumas pessoas que se tornariam personalidades importantes no cenário político do Brasil na virada do século XIX para o XX, como Rui Barbosa, Joaquim Nabuco e Rodrigues Alves.

Afonso Pena casou-se em 1875 com Maria Guilhermina de Oliveira, filha do visconde de Carandaí. O casamento deles durou até o falecimento de Afonso Pena, em 1909. Eles tiveram 12 filhos.

Abaixo um pequeno resumo para entendermos quem foi Afonso Pena:

- Afonso Augusto Moreira Pena, nascido em Santa Bárbara (MG) em 30 de Novembro de 1847.

- Advogado e político brasileiro.

- Monarquista.

- Não apoiou a Proclamação da República.

-  Deputado provincial, senador estadual, deputado e ministro.

- Abolicionista, votou a favor da Lei Áurea.

- Sexto Presidente do Brasil (1906 e 1909).

- Fez grandes investimentos na construção de ferrovias.

- Pai de 12 filhos.

Convite para a vice - presidência - Em 1902, ele recebeu um importante convite: ele foi convidado a ser vice-presidente para ocupar o lugar de Silviano Brandão, que havia falecido antes da posse. Ele seria o vice-presidente de Rodrigues Alves, que seria empossado como presidente do Brasil. A posse dele como vice-presidente possibilitou que ele se candidatasse para a presidência na eleição seguinte.

Do ponto de vista ideológico, Afonso Pena era um monarquista e, no final do século XIX, acreditava que o Brasil não estava pronto para uma mudança de regime. Apesar disso, não se opôs à Proclamação da República quando ela aconteceu. Além disso, ficou marcado por ser um abolicionista, defendendo o fim da escravidão no Brasil e votando à favor da Lei Áurea.

Durante os primeiros anos da sua carreira política, ele era um liberal que defendia que o Estado não deveria intervir na economia. Contudo, quando assumiu cargos no Executivo, afastou-se de tendências liberais e tornou-se adepto de uma política de intervenção moderada. Além disso, como presidente, ele incentivou o desenvolvimento de infraestrutura e da agricultura no Brasil.

Em 1906, Afonso Pena candidatou-se à presidência da República. Nessa eleição, ele disputou a presidência contra Lauro Sodré, obtendo a vitória com mais de 97% dos votos. A sua vitória foi possibilitada pelo acordo entre as oligarquias paulista e mineira conhecido como política do café com leite. Por isso, o seu governo realizou pesados investimentos na produção de café.

O governo de Afonso Pena, além disso, investiu bastante na construção de ferrovias e de linhas de telégrafo no interior do País. Para isso ser possível, o presidente incentivou inúmeras expedições de Cândido Rondon, sertanista e indigenista que explorou regiões inóspitas e manteve contatos pacíficos com diversos povos indígenas.

O próprio presidente chegou a fazer expedições pelo Brasil, mantendo-se os três primeiros meses de seu mandato em viagem para conhecer melhor o País e as suas necessidades. Durante o seu governo também se estabeleceu o alistamento obrigatório para o Exército, além de ele ter dado início à imigração japonesa e incentivado a criação de colônias para estrangeiros no sul do Brasil.

Em maio de 1909, Afonso Pena passou a sofrer com sintomas de uma pneumonia. A doença debilitou consideravelmente a saúde do presidente, levando-o ao falecimento em 14 de junho de 1909 no Palácio do Catete. Afonso Pena foi o primeiro presidente da história brasileira a falecer durante o mandato. O restante do seu mandato foi finalizado por Nilo Peçanha.

(Fonte: Brasil Escola)