Geral
CRAS realiza procedimento inédito de implante de bico em arara-canindé
Quinta-feira, 05 Março de 2020 - 13:20 | Redação
Mato Grosso do Sul novamente se destaca no suporte à vida selvagem. Veterinários do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) realizaram um procedimento cirúrgico inédito de implante de bico em uma arara-canindé adulta. A ave foi encontrada na região urbana de Campo Grande com ferimento grave e foi resgatada pela PMA (Polícia Militar Ambiental).
De acordo com o veterinário Lucas Cazati, que coordenou a equipe de cirurgia, o animal é uma possível vítima de atropelamento e foi encaminhado ao CRAS em 28 de fevereiro. “Ela chegou com muito sangramento e desde a sua entrada no CRAS, até a cirurgia, o trabalho se concentrou em tirá-la da situação de risco. Realizamos todo um procedimento terapêutico, submetemos a exames de raios-x e ultrassom, o que nos permitiu um diagnóstico favorável à cirurgia”, explicou.
Foi realizado um enxerto heterólogo, que consiste no transplante de um indivíduo de uma espécie para outra. “Nós já havíamos realizado pequenas cirurgias de reparo em casco de jabuti, mas o procedimento na arara foi mais complexo. Utilizamos um bico de animal já falecido, que foi recortado, ajustado com resina de dentista e fixado com parafusos ortopédicos, de forma que a arara fique bem e consiga se alimentar”, acrescentou Cazati.
O procedimento cirúrgico durou 1h30, até a colocação, e envolveu uma equipe multidisciplinar do CRAS, com os médicos veterinários Lucas Cazati (cirurgião), Aline Duarte, Diogo Borges e Heitor Corrêa Lopes, além dos biólogos Allyson favero e Márcia Delmondes e a zootecnista Claudia Medina. “Importante ressaltar a parceria com a FAMEZ, da UFMS. O Setor de radiologia veterinária nos atende sempre que necessitamos com os exames de imagem”, lembra Lucas.
A arara segue em tratamento e acompanhamento dos veterinários. No processo de adaptação, será alimentada com alimentos mais macios, como o mamão e outras frutas. “É um período que exige cuidados, mas nosso prognóstico é de que em até 2 meses ela poderá ter condições de voltar à natureza”, disse o veterinário do CRAS.
A realização do procedimento incentivou a criação de “banco de bicos” para atender aves que são vítimas desse tipo de ferimento, mutilação ou avaria no bico. “Aqui no CRAS, nós recebemos muitas aves com o bico quebrado. Queremos agora dar início a um banco de bicos. Também vamos compartilhar essa experiência com a comunidade científica, por meio de artigo científico”, finalizou Lucas Cazati.
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