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"Chefão do tráfico" nega conhecer "assistente" e afirma ser perseguido por policiais

Thiago Paixão e Marcelo Neves negaram a execução de Luiz Felipe da Silva, em 2021

Quarta-feira, 07 Junho de 2023 - 09:53 | Victória Bissaco e Juliana Brum


"Chefão do tráfico" nega conhecer "assistente" e afirma ser perseguido por policiais
Thiago Paixão, de terno, e Marcelo Neves - (Foto: Luciano Muta)

Thiago Paixão de Almeida, de 36 anos, e Marcelo Rodolfo das Neves, de 25 anos, réus nesta quarta-feira, 07 de junho, pela execução de Luiz Felipe da Silva, de 22 anos, e lesão corporal de Jonhatan Gustavo Brioschi Benedito e Elvis Lorran, ambos com 15 anos na época, negaram os crimes e afirmam nem se conhecerem. Paixão é apontado como o mandante da execução e Neves, como responsável por intermediar o contato com os pistoleiros e emprestar o carro para o fatídico dia 31 de março de 2021.

Luiz Felipe da Silva ficou conhecido na época do crime como o “ladrão que se arrependeu e comprou televisão para devolver a vítima”. Ele foi morto com pelo menos 20 disparos de arma de fogo em residência do Jardim Tijuca utilizada como ponto de venda de drogas. Paixão foi nomeado por moradores da região como “mandante do tráfico no Tijuca”.

Para Thiago Paixão, que negou ser mandante da execução de Luiz Felipe da Silva, a situação é uma “perseguição”. Em depoimento, afirmou à 2ª Vara do Tribunal do Júri “não fazer nem nunca ter feito parte de organização criminosa”. “São meras suposições vindas dos policiais”, descreve. 

"Chefão" nega conhecer "assistente"
Thiago Paixão foi baleado no olho para se defender de assalto a autopeças dele - (Foto: Luciano Muta)

O réu cumpriu pena de sete anos no regime semiaberto por homicídio. Segundo ele, nunca respondeu por uso de celular na penitenciária. Esse argumento foi utilizado para sustentar a negação de envolvimento na morte do jovem. No dia dos crimes, afirma estar “trabalhando no setor de costura” da cadeia. Hoje, em decorrência de sequelas da Covid-19 e um disparo de arma de fogo no olho, responde em regime domiciliar por tráfico de drogas. 

Paixão chorou durante o depoimento e informou ter medo de um delegado da 6ª Delegacia de Polícia de Campo Grande. Conforme o réu, o delegado teria o jurado de morte por notícias veiculadas na imprensa na época do crime que apontam suposto suborno de Thiago para a autoridade policial. “Tive que me desfazer de imóveis da família para pedir defesa justa. Eu preciso de uma”, declarou.

"Chefão" nega conhecer "assistente"
Thiago Paixão chorou ao relembrar supostas ameaças -  (Foto: Luciano Muta)

O outro réu, Marcelo Rodolfo Neves, também negou envolvimento na execução de Luiz Felipe da Silva. Relatou desconhecer o motivo da acusação de envolvimento, pois morava em Bela Vista (MS) desde 2020 com a esposa e filhos. “Soube pelo meu pai”, afirmou.

"Chefão" nega conhecer "assistente"
Marcelo Neves afirma não conhecer Paixão  - (Foto: Luciano Muta)

Neves responde por ter intermediado o contato de Paixão com Caio Cesar Oliveira da Silva e Fabiano Saraiva, os atiradores, e emprestado o automóvel utilizado no dia do crime. Segundo o réu, apenas conhece Thiago Gomes, colega de trabalho dele e também acusado de participar do crime. “Aluguei [o carro] por R$ 800 para ele no dia. Não sabia do crime”, declarou.  

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