• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

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Campanha Estadual de Combate ao Feminicídio é lançada em MS

Segunda-feira, 27 Maio de 2019 - 12:00 | Redação


Em memória de Isis Caroline da Silva Santos, vítima do primeiro caso de feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em 2015, foi realizada, na manhã de hoje, o lançamento da Campanha Estadual de Combate ao Feminicídio. Além desse caso, outras 124 mulheres foram vítimas fatais de feminicídio e 160 conseguiram sobreviver à violência.  A ação tem como objetivo conscientizar e sensibilizar a sociedade sobre o feminicídio. Além disso, a campanha é em parceria entre o poder executivo, judiciário, legislativo e outras instituições. Por meio da Lei nº 5.202/2018 o Governo do Estado instiuiu o 1º dia de junho como o "Dia Estadual de Combate ao Feminicídio". O termo feminicídio é usado para o homicídio cometido contra mulheres, motivado por violência doméstica, discriminação ou menosprezo à condição de mulher.

De acordo com a representante da Subsecretaria Estadual de Políticas Públicas para a Mulher, Luciana Azambuja, a cada duas horas, uma mulher é vítima de feminicídio.  Ela também explicou que a campanha será feita por meio de diversas ações. “Campanhas educativas, entrevistas, palestras, panfletagem entre outras atividades serão realizadas para colaborar na conscientização”, disse. Para o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa (PSDB) a campanha serve para dar visibilidade da ação para a população sobre a violência e o feminicídio.  Luciana Azambuja também falou sobre promover a reflexão da sociedade para o assunto e que a ação busca esclarecer às pessoas que é necessário denunciar os casos, porque muitas vezes as pessoas naturalizam a violência, o que resulta na morte de várias mulheres.  “É preciso falar sobre feminicídio. Muitas mulheres são mortas onde deveriam estar mais seguras, em suas residências”, esclareceu.

Bruna Oliveira dos Santos, 29, sobrevivente de feminicídio contou à plateia, que estava no lançamento, sobre a história dela. No depoimento, ela explicou que foi agredida pelo ex-marido, que não aceitava a separação. A agressão ocorreu na rua, mas ninguém foi até ela ajudar. “Em setembro de 2017, me separei. Dois meses depois sofri tentativa de homicídio pelo homem que dizia que me amava. Durante quatro quadras ele me agrediu e nenhuma das luzes das residências que eu passava, ligou para me ajudar”, desabafou. Atualmente, ela é ativista na causa no combate da violência contra a mulher e técnica da Secretária da Mulher.

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB) falou sobre a importância de conscientizar a sociedade sobre o feminicídio.  “Precisamos conscientizar para diminuir os casos de violência e ouvir o clamor das vítimas do feminicídio”.

Durante o evento foram divulgadas informações, de que durante esse mês foram registrados 16 casos de feminicídio, com vítimas de 17 a 56 anos, quatro em Campo Grande e 12 no interior do Estado. Além das autoridades presentes, compareceram estudantes da Escola Estadual Manoel Bonifácio Nunes da Cunha, que falaram sobre a violência contra a mulher.

De acordo com o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Paschoal Carmelo, a violência e o feminicídio ocorre por meio da cultura da dominação do homem e submissão da mulher. A deputada federal Rose Modesto (PSDB) comentou também que para combater a violência é necessário educar e conscientizar toda a população. Além disso, no lançamento foi doado um veículo para a Secretaria da Mulher.

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