Economia
Economia brasileira avança apenas 0,1% no terceiro trimestre, aponta FGV
Estagnação dos serviços e consumo das famílias freiam desempenho; juros altos seguem pressionando investimento
Quarta-feira, 19 Novembro de 2025 - 15:30 | Sandra Salvatierre

Monitor do PIB indica desaceleração clara da atividade em 2025 e primeira queda da FBCF desde o início de 2023. A economia brasileira cresceu 0,1% no terceiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, segundo estimativa divulgada nesta terça-feira (18) pelo Monitor do PIB, estudo mensal elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV. No acumulado de 12 meses, a expansão chega a 2,5%. Já na passagem de agosto para setembro, a atividade ficou estável, registrando variação nula.
O levantamento, que antecipa tendências do Produto Interno Bruto (PIB), ajusta sazonalmente os dados para permitir comparações consistentes entre períodos. Em valores correntes, a FGV projeta o PIB do ano em R$ 9,370 trilhões até o terceiro trimestre.
Serviços e consumo perdem força
A economista Juliana Trece, coordenadora do estudo, destaca que os dois maiores componentes do PIB, serviços e consumo das famílias, apresentaram estagnação, enquanto os demais setores contribuíram pouco para uma expansão mais robusta da economia.
Na comparação interanual, o consumo das famílias mostrou forte desaceleração. Após anos rodando acima de 3%, avançou apenas 0,2% no terceiro trimestre frente ao mesmo período de 2024. O consumo de bens caiu tanto entre duráveis quanto não duráveis, e o de serviços, embora positivo, perdeu ritmo.
Investimento registra primeira queda em dois anos
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador-chave da capacidade produtiva, caiu 0,4% em relação ao terceiro trimestre de 2024, primeira retração desde o trimestre móvel encerrado em janeiro de 2023. O desempenho fraco de máquinas e equipamentos foi determinante.
Juliana Trece afirma que a política monetária explica grande parte da desaceleração: “Os juros elevados têm uma contribuição importante para esse resultado.”
Selic alta e impacto defasado
O Banco Central mantém a taxa básica de juros em 15% ao ano, o maior nível desde 2006. A escalada iniciada em setembro do ano passado busca controlar uma inflação que há 13 meses supera o teto da meta, de 4,5%.
Segundo Trece, o efeito contracionista da Selic aparece de forma mais clara agora:
“Por mais que já esteja acomodada em um patamar bastante elevado, sabemos que o impacto sobre a atividade é defasado, e isso se reflete no resultado do trimestre.”
Exportações crescem apesar do tarifaço dos EUA
As exportações subiram 7% na comparação interanual, maior alta desde maio de 2024, com crescimento em todos os grupos de produtos. O destaque veio da indústria extrativa, responsável por cerca de 44% da expansão total.
O desempenho surpreende porque ocorre em meio ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos, que elevou tarifas de até 50% sobre parte dos produtos brasileiros. Para a economista, o impacto foi concentrado e não generalizado.
“Alguns setores podem ter sofrido mais, como o madeireiro, que exporta majoritariamente para os EUA. Mas não apareceu no resultado agregado”, explicou.
Outros indicadores e expectativa pelo dado oficial
Outro termômetro da economia, o IBC-Br, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (17), mostrou queda de 0,2% de agosto para setembro e recuo de 0,9% no trimestre. Ainda assim, acumula alta de 3% em 12 meses.
O resultado oficial do PIB, calculado pelo IBGE, será divulgado em 4 de dezembro, com os dados completos do terceiro trimestre de 2025.
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