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Economia

Cesta básica fica mais barata, porém compromete 55,36% da renda na Capital

Custo ficou em R$ 777,28 em outubro, contra R$ 780,67 do mês anterior, aponta pesquisa do DIEESE

Segunda-feira, 10 Novembro de 2025 - 14:00 | Redação


Cesta básica fica mais barata, porém compromete 55,36% da renda na Capital
(Foto: Kleber-Clajus/Governo de MS)

O preço da cesta básica de Campo Grande (MS) apresentou discreta retração de (-0,43%) no mês de outubro  em relação a setembro, mas, ainda assim, a compra dos produtos compromete mais da metade da renda do trabalhador na capital sul-mato-grossense. Os dados são de pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) divulgada nesta segunda-feira, dia 10 de Novembro. 

O custo ficou em R$ 777,28 em outubro, contra  R$ 780,67 do mês anterior. Na comparação  com outubro de 2024, o valor acumulou alta de 3,49%. Na variação acumulada ao longo  do ano, houve elevação de 0,90%.

Outro dado interessante da mesma pesquisa é o comprometimento da renda do trabalhador com a cesta básica. No mês em questão, outubro de 2025, o trabalhador de Campo Grande, remunerado pelo salário  mínimo de R$ 1.518,00 precisou compromete 55,36% da renda para adquirir a cesta básica.

Conforme a pesquisa, entre setembro e outubro de 2025, os preços médios de oito dos 13 produtos que  compõem a cesta básica tiveram diminuição: arroz agulhinha (-4,99%), banana (-4,11%),  açúcar cristal (-2,86%), manteiga (-2,73%), leite integral (-2,59%), café em pó (-2,03%),  pão francês (-0,50%) e feijão carioca (-0,30%).

Os outros cinco itens apresentaram  elevação nos valores: batata (11,53%), tomate (4,06%), óleo de soja (2,63%), farinha de trigo (1,15%) e carne bovina de primeira (0,15%).

No acumulado- No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações nos preços de  seis dos 13 produtos: café em pó (58,87%), tomate (32,34%), óleo de soja (26,08%), carne bovina de primeira (16,21%), farinha de trigo (10,39%) e pão francês (7,38%).

Houve  redução nos preços médios dos seguintes itens: batata (-45,76%), arroz agulhinha  (-33,28%), banana (-18,32%), feijão carioca (-12,24%), manteiga (-6,82%), açúcar cristal (-3,87%) e leite integral (-3,07%).

No acumulado do ano, entre dezembro de 2024 e outubro de 2025, cinco produtos  registraram alta: café em pó (44,82%), tomate (40,13%), farinha de trigo (8,68%), pão francês (4,46%) e óleo de soja (1,41%). O leite integral não registrou variação (0,00%).

Os alimentos cujos valores médios apresentaram queda foram: arroz agulhinha  (-35,54%), batata (-29,80%), açúcar cristal (-9,69%), feijão carioca (-8,67%), manteiga (-6,06%), banana (-3,47%) e carne bovina de primeira (-0,20%).

Comprometimento da renda - Em outubro de 2025, o trabalhador de Campo Grande remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.518,00 precisou trabalhar 112 horas e 39 minutos para adquirir a cesta básica. Em setembro de 2025, o tempo de trabalho necessário havia sido de 113 horas e  08 minutos.

Em outubro de 2024, quando o salário mínimo foi de R$ 1.412,00, o tempo  de trabalho necessário ficou em 117 horas e 01 minuto.

Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência  Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em outubro de 2025, 55,36% da  renda para adquirir a cesta. Em setembro, esse percentual correspondeu a 55,90% da renda líquida e, em outubro de 2024, a 57,70%.

Cenário nacional - O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 16 das 27 capitais onde o DIEESE, em parceria com a Conab, realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre setembro e outubro de 2025, as elevações mais importantes ocorreram em São Luís (3,11%), Palmas (2,59%), Florianópolis (1,66%), Rio Branco  (1,62%), Porto Alegre (1,49%), Goiânia (1,41%) e Fortaleza (1,38%).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior  custo (R$ 847,14), seguida por Florianópolis (R$ 824,57), Porto Alegre (R$ 823,57) e Rio de Janeiro (R$ 801,37). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da  cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 550,18), Maceió (R$ 592,25), Salvador (R$ 606,39) e Recife (R$ 608,03).

Entre outubro de 2024 e outubro de 2025, nas 17 capitais onde é possível comparar  os valores da cesta, a pesquisa registrou alta de preço, com variações entre 0,93%, em Brasília, e 10,92%, em Recife.

No acumulado no ano, entre dezembro de 2024 e outubro de 2025, nas mesmas  17 capitais, a cesta apresentou variação positiva em 11 cidades, com destaque para Porto  Alegre (5,08%), Salvador (3,85%) e Recife (3,34%). Em outras seis capitais, houve redução acumulada, as mais expressivas registradas em Brasília (-3,44%), Goiânia (-1,63%) e Natal (-0,83%).

Com base na cesta mais cara, que, em outubro, foi a de São Paulo, e considerando  a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em outubro de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$  7.116,83 ou 4,69 vezes o mínimo de R$ 1.518,00. Em setembro, o valor necessário era de R$ 7.075,83 e correspondeu a 4,66 vezes o piso mínimo. Em outubro de 2024, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.769,87 ou 4,79 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.412,00.

Cesta x salário mínimo no Brasil - Em outubro de 2025, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta  básica nas 27 capitais pesquisadas foi de 100 horas e 19 minutos, maior do que o registrado em setembro, quando ficou em 99 horas e 53 minutos. Já em outubro de 2024, considerando as 17 capitais com série histórica completa, a jornada média foi de 105  horas e 21 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o  desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador  remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, nas 27 capitais pesquisadas em outubro de 2025, 49,29% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos e, em setembro, 49,09% da renda líquida. Em outubro de 2024, considerando as 17 capitais com série histórica completa, o percentual médio ficou em 51,72%. 

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