Política
Gatos são incinerados vivos em churrasqueira de igreja no Monte Castelo
Moradoras acreditam em incêndio criminoso; dois filhotes morreram e um está desaparecido
Quarta-feira, 11 Maio de 2022 - 10:57 | victoria oliveira

Quatro filhotes de gatos foram incinerados vivos em churrasqueira de igreja no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande. Os animais eram de rua e foram encontrados por moradoras locais que os alimentavam diariamente. Um filhote morreu, outros dois escaparam com ferimentos do fogo e um encontra-se desaparecido.
A ocorrência registrada na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat) informa que mãe e filha foram ao local no último dia 1º, domingo, para alimentar os animais, como faziam de costume. Ao chegarem na igreja, foram até a área de lazer, pois é onde os felinos ficavam e viram um dos filhotes queimado dentro da churrasqueira.
Milena Ferreira da Silva, de 23 anos, uma das moradoras responsáveis por alimentar os gatos, contou ao Diário Digital que encontrou a saída da churrasqueira bloqueada. "A churrasqueira estava tampada com duas outras de latão, eu arrastei essas e olhei lá dentro. Aí vi o gatinho morto incinerado", relembra.
As moradoras voltaram para casa e registraram boletim de ocorrência on-line. Elas relatam, ainda, que um dia antes do ocorrido, sábado dia 30, conversaram com vizinho que mora em frente da igreja. Ele contou que notou duas pessoas limpando a churrasqueira e ateando fogo, sendo que cada uma ficou com uma função.
Conforme Milena, uma das moradoras locais, os homens limpavam o terreno da igreja para uma festa que seria realizada no local. "O vizinho até comentou com a minha mãe sobre eles terem colocado fogo, porque a churrasqueira nunca é usada. Pelo menos, desde o início desse ano eles não usaram nenhuma vez", explica.
A jovem conta que era de conhecimento de todos os frequentadores do local que ela e mãe alimentavam os filhotes. Em muitas vezes, os responsáveis pela igreja abriam as portas para que elas pudessem cuidar dos animais.

De acordo com informações policiais, as mulheres contaram que há um homem responsável pela limpeza do local e que ele estava lá no sábado, dia do ocorrido. Milena diz que ele foi até a residência delas dias depois e afirmou que o caso ocorreu "sem querer". Porém, para a jovem, a situação foi outra.
"Ele disse que não sabia que os gatinhos estavam lá e que bateu muito na churrasqueira para eles saírem. O que pra mim não faz sentido", declara. A jovem conta, também, que os homens explicaram que atearam fogo na grama cortada, e não nos gatos. "também falaram que colocaram fogo para acabar com a grama que cortaram, mas, no dia seguinte ao ocorrido, quando eu fui colocar comida pra eles e vi tudo, a grama cortada ainda estava toda no chão", conta.
Filhotes feridos - Ao todos, quatro filhotes foram vítimas do incêndio. Milena conta que fora o filhote incinerado, apenas dois foram encontrados em um terreno baldio próximo à igreja três dias depois. "Não vimos os outros até quarta-feira (4). Eu e o vizinho achamos dois deles no mato ali perto da igreja, muito machucados, muito queimados", relata.
Imagens enviadas fortes ao DD mostram uma das gatas que escapou completamente ferida. É possível notar as patas do animal com queimaduras e a felina debilitada.

A gata, de nome Vitória, foi internada no dia 4 com estado de emergência. Ela estava com choque hipovolêmico e queimaduras de 3º grau generalizadas pelo corpo: tronco, abdômen, membros e coxins, além de desidratação severa. Ela não resistiu aos ferimentos e faleceu no mesmo dia.
O laudo médico informa que as gatas resgatadas apresentavam boa saúde antes de serem incinerados. Uma das felinas, nomeada como Esperança, foi internada com feridas de queimaduras de 1º e 2º grau pelo abdômen, membros e coxins, além de desidratação moderada. Ela responde bem ao tratamento.
O terceiro filhote encontra-se desaparecido e as moradoras não o avistaram desde antes do incêndio.
O caso será investigado pela Polícia Civil e foi registrado na Decat como praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, com pena de detenção, de três meses a um ano, e multa.
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