Suspeito de atropelar motociclista na Nelly Martins nega ter visto acidente

O motorista da Toyota Hilux, suspeito de atropelar o motociclista Lucas Rodrigues Mariano, de 23 anos, na avenida Nelly Martins, foi ouvido nesta quarta-feira, 04 de janeiro, pela Polícia Civil e indiciado. O homem negou ter visto o acidente, bem como desmentiu possível discussão prévia ao crime. A vítima segue internada inconsciente.

O acidente ocorreu por volta das 12h. Após trabalho de investigação, o acusado foi localizado por volta das 17h de ontem, na residência dele, e encaminhado para a Delegacia, onde foi ouvido acompanhado de advogado. Em depoimento “tranquilo”, onde se mostrou “desorientado”, destaca o delegado, afirma não ter visto o impacto e nega possível discussão.   

Conforme o delegado da 1ª Delegacia de Polícia, Gabriel Desterro, a caminhonete carrega poucas avarias do acidente. “O que chama atenção pelas imagens de segurança fornecidas por condomínio na Nelly Martins é que não é uma mudança de faixa normal. Houve uma mudança bruta de ele estar na extrema direita e se dirigir para a extrema esquerda da via”, explica. O acusado será indiciado por lesão corporal dolosa qualificada pelo perigo de vida da vítima. “Pela forma como ele joga o veículo para o lado, quase atingindo um outro que não estava envolvido na discussão, nos leva a crer que não foi mediante culpa, mas sim dolo”, esclarece.

Na gravação a qual o Diário Digital teve acesso, é possível notar que o veículo modelo Toyota Hilux persegue em alta velocidade a vítima que estava pilotando uma motocicleta Fan 160, de cor vermelha. Em um certo momento, o motorista sai da faixa para atropelar Lucas e foge em seguida.

(Vídeo: Reprodução)

Discussão - A Polícia Civil levanta a existência de discussão entre os envolvidos em rotatória próxima ao local dos fatos. “Essa discussão se estendeu após a entrada na Nelly Martins. A motocicleta foi primeiro e a caminhonete seguiu ele. Nisso, conseguiu derrubar [Lucas Rodrigues] causando o acidente e levando a vítima até o hospital, onde ela se encontra até o momento inconsciente”, destaca.   

Um outro motociclista que estava na via presenciou toda a cena. A testemunha foi ouvida pelos policiais civis. “A parte relativa à discussão ainda será objeto de investigação durante o inquérito. O que fica materializado foi de fato quem estava conduzindo os dois veículos e a dinâmica de como transcorreu a colisão”, diz Desterro.

Prisão - O delegado Gabriel Desterro esclarece que o distanciamento temporal do momento do acidente até a identificação do acusado desqualifica a prisão como flagrante. “O fato ocorreu por volta das 12h, e ele se apresentou voluntariamente após localizarmos a residência dele por volta das 17h. Então não havia qualquer condição de prendê-lo em flagrante”.

Segundo o delegado, indiciou o homem após entender a materialidade do delito. Ainda, poderá ter a Carteira de Habilitação Nacional (CNH) suspensa.