Polícia
Mãe sabia das agressões e afirmou ser ameaçada, conta delegada
Criança de 2 anos e 7 meses foi agredida até a morte pela genitora e padrasto
Sexta-feira, 27 Janeiro de 2023 - 12:16 | Victória de Oliveira e Thays Schneider

A mãe, de 24 anos, presa na noite desta quinta-feira, 26 de janeiro, por envolvimento na morte da filha, de 2 anos e 7 meses, confessou em depoimento à Polícia Civil que sabia das agressões à criança. Inclusive, chegou a ser autora das agressões, assim como o companheiro, de 25 anos. A informação foi confirmada pela delegada titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Anne Karine Sanches Trevizan Duarte em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira, 27 de janeiro,
Durante o interrogatório na Depac, a mãe, contudo, confessou as agressões. “A mãe afirmou para o delegado de Polícia que a criança era agredida fisicamente pelo padrasto, algumas vezes por ela, como forma de ‘correção’. O que chamou atenção, é que a criança por diversas vezes foi atendida na UPA, mais de 30 vezes. Inclusive, numa delas, estava com a tíbia quebrada”, explica a delegada. A genitora contou também que não denunciou as agressões porque o companheiro ameaçava tirar a guarda da outra filha, da qual o agressor era o pai biológico.
Conforme informado pelo Diário Digital, a mãe levou a criança já morta até a UPA. Segundo o boletim de ocorrência, a criança estava com lesões pelo corpo, concentradas nas costas, no braço, joelho, olho e também um inchaço ao ombro esquerdo. A mãe, ao ser informada sobre o óbito, não esbouçou reação nem remorso, descreve o registro policial. A Polícia Civil afirma que as investigações apontam que o padrasto teria orientado a genitora a dizer que a criança “caiu do playground [parquinho]”.

O pai da criança havia registrado dois boletins de ocorrência no ano passado por maus-tratos à filha na Depca, um em março e o outro em novembro. Os registros policiais foram abertos após o genitor notar hematomas na menina. Conforme a delegada, o registro havia sido encaminhado para o Poder Público. “Ambos boletins haviam sido finalizados e encaminhados para o Poder Público”, afirma.
Abuso sexual - O boletim de ocorrência registrado ontem (26) relata que as partes íntimas da menina apresentavam-se excessivamente dilatadas. A delegada ressalta que a hipótese de abuso sexual não foi descartada. O corpo da criança foi encaminhado para o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), onde passará por exame necroscópico, que comprovará ou descartará o estupro.
Segundo a delegada, a causa da morte ainda será investigada. “Ela estava com a barriga bem inchada e com bastantes lesões pelo corpo, nas costas. Pode ter sido hemorragia interna, porém só o exame necroscópico confirmará”, detalha.
Passagens por violência doméstica - O padrasto preso possuía passagens na polícia por violência doméstica contra a ex-companheira, com a qual também possui um filho. Além disso, divide um boletim de ocorrência restrito com a mulher por maus-tratos a animais, registrado no ano passado na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat).
A mãe também era autora dos dois boletins de ocorrência registrados pelo genitor da menina no ano passado. O homem permaneceu em silêncio durante o interrogatório do caso mais recente, destaca a delegada.
Vizinhos viram criança já morta - Na rua onde a criança foi espancada até a morte, vizinhos afirmam que escutaram o choro da menina. O Diário Digital conversou com duas pessoas que moram próximo ao local. Conforme relato delas, a manhã de ontem foi marcada pelo choro alto da menina. “De certo judiou bastante da menina. Acho que ela chegou até a vomitar. Ela não era filha dele, acho que por isso batia tanto”, levanta uma moradora.

Uma vizinha afirmou que as crianças quase não eram vistas pela região. Na tarde de ontem, conta que viu quando a mãe saiu com a menina, de 2 anos e 7 meses, para a UPA. “Nós estávamos sentadas bem aqui. Chego até a ficar arrepiada quando eu lembro. A mãe saiu desesperada e eu falei ‘essa criança está morta’, pelo jeito que vimos, estava caída nos braços da mãe”, descreve a moradora.
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