Polícia
Luxo, ostentação e riqueza: a vida dos “Morínigo”
Operação da PF derruba família de brasileiros que construíram império com o tráfico de cocaína
Sexta-feira, 11 Setembro de 2020 - 16:12 | Redação

Mansões, veículos luxuosos, fazendas, assim era a vida de ostentação dos “barões do tráfico”: Os Morínigo. Na manhã desta sexta-feira (11), o chefe da organização criminosa, Emídio Morínigo Ximénes, e os filhos Jefferson Garcia Morínigo e Kleber Garcia Morínigo, principais alvos da Operação Status, deflagrada pela Polícia Federal, foram presos em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha a Ponta Porã (MS).
Os alvos são brasileiros, que nasceram em Mato Grosso do Sul, na fronteira com o país vizinho e construíram um verdadeiro império com o tráfico de cocaína. Milhões de reais foram apreendidos em bens que estavam no Brasil e no Paraguai.
Os vídeos apontados pelas investigações como provas mostram os “carrões”, daqueles vistos em filmes americanos, mas que aqui no Brasil eram dos traficantes que ostentavam em corridas e passeios com a elite. Entre eles, a polícia apreendeu uma Lamborghini avaliada em mais de R$ 2 milhões e um Porshe de cerca de R$ 500 mil.
Os agentes estiveram em vários endereços em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, além de Pedro Juan Caballero, para cumprir oito mandados de prisão e 42 mandados de busca e apreensão, além das ordens de sequestro já mencionadas, todas expedidas pela 5ª Vara Federal em Campo Grande/MS.
A justiça sequestrou mais de R$ 230 milhões em patrimônio do tráfico de drogas. O valor inclui 42 imóveis, grande parte luxuosos. Mansões em bairros nobres, com piscina e decoração requintada. Duas fazendas, 75 veículos, embarcações e aeronaves.
Em uma das propriedades onde em teoria funcionava uma pousada, mas que na verdade era um “paraíso particular” da família Morínigo, a polícia divulgou um vídeo gravado no imóvel, no Lago do Manso, na Chapada dos Guimarães (MT), em que a dupla Bruno e Marrone aparece fazendo um show, durante uma festa para celebrar o aniversário de um dos filhos de Emídio Morígino Ximénes. Foram convidados apenas “família, amigos e funcionários”.
Em solo paraguaio, com auxílio da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), a justiça sequestrou dez imóveis, no valor aproximado de R$ 150 milhões.
O trio Morínigo foi preso em Pedro Juan Caballero onde estava morando atualmente. Pai e filhos vão ser extraditados para o Brasil e entregues as autoridades locais. De acordo com o jornal ABC Color, também foram alvos da operação no Paraguai, Robson Lourival Alcaraz Ajala, apontado como contador da organização, e Julio César Duarte Servian, o dono de duas casas de câmbio que faziam a movimentação financeira para a quadrilha e sócio em loja de material de construção usada na lavagem do dinheiro.
A trama dos doleiros – As investigações da PF começaram em 2018 com apoio do Ministério Público, da Receita Federal e da Senad. A organização criminosa investiu em lavagem de dinheiro pela aquisição de veículos de luxo, propriedades e empresas de fachada.
Os Morínigo não usavam contas bancárias pessoais para movimentar o dinheiro ou se aproximavam dos carregamentos de cocaína, segundo Lucas Vilela, supervisor do Grupo Especial de Investigações Sensíveis da PF, em Mato Grosso Sul. “Uma parte muito importante para a investigação e que denota a sofisticação do sistema de lavagem de capitais se dá pela forma de pagamento deles por meio de doleiro”.
Eram os operadores financeiros que recrutavam os laranjas e abriam as contas bancárias. “As despesas da organização criminosa eram encaminhadas para um operador financeiro que fazia parte do esquema, em Pedro Juan Caballero. Ele reunia essas despesas e contas para depósitos. Após autorização do líder, as encaminhava para casas de câmbio, principalmente em Curitiba e São Paulo, que contam com os operadores responsáveis por constituir empresas em nome de laranjas e abrir as contas que depois eram transferidas para o doleiro fazer a movimentação financeira”, conforme explicou Vilela.
O tripé da Operação Status – Voltada para combater a lavagem de dinheiro do tráfico, "Status" foi a quarta operação da Polícia Federal realizada em 30 dias contra organizações criminosas. A estratégia para vencer os inimigos vai além da apreensão de drogas.
As organizações criminosas passaram a atuar como empresas que avaliam os riscos financeiros e movimentam quantias impressionantes. “Nosso objetivo não vislumbra apreensão de drogas, fizemos isso durante décadas, mas não traz resultado. O que traz resultado é descapitalização patrimonial, prisão de lideranças e cooperação internacional. São os pilares da PF e é assim que nossas operações estão acontecendo”, salientou o delegado da PF Elvis Secco.
Mandados - Campo Grande/MS:14 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva;
- Ponta Porã/MS: nove mandados de busca e apreensão;
- Dourados/MS: dois mandados de busca e apreensão;
- Cuiabá/MT: três mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva;
- Barra do Garças/MT: duas fazendas com mandado de busca e apreensão;
- Primavera do Leste/MT: dois mandados de busca e apreensão;
- Curitiba/PR: quatro mandados de busca e apreensão;
- Londrina/PR: um mandado de busca e apreensão;
- São Paulo/SP: cinco mandados de busca e apreensão;
- Rio de Janeiro/RJ: um mandado de busca e apreensão.
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