Polícia
Feminicidas não se mostram arrependidos e ainda tentam culpar as mulheres pelo crime
Nenhuma das vítimas fizeram boletim contra os suspeitos, conforme a Deam
Quarta-feira, 09 Fevereiro de 2022 - 14:10 | Thays Schneider

Números assustadores de feminicídios em Mato Grosso Sul disparam e a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) chama atenção para o fato de que nenhuma das vítimas fizeram boletim contra os suspeitos, ou solicitaram medida protetiva. No total, foram nove casos de feminicídios desde o início de 2022, conforme a Deam.
Em coletiva, na manhã desta quarta-feira (09), as delegadas Maíra Pacheco e Ana Paula Trindade esclareceram os feminicídios ocorridos em Campo Grande, nos dias 26 de janeiro e 8 de fevereiro.

De acordo com as delegadas, em exatos 39 dias, nove mulheres foram mortas por companheiros e em todos os casos familiares e amigos sabiam das agressões, mas as vítimas não registram nenhum tipo de ocorrência. Um dos casos mais cruel registrado em na Capital foi a morte de Francielle Guimarães Alcântara, de 36 anos.
De acordo com a delegada responsável pelo caso Maíra Pacheco , a vítima foi torturada até a morte pelo marido Adailton Freixeira da Silva, de 46 anos, preso 72h depois em Mato Grosso. Inicialmente, Adailton negou o crime, mas acabou confessando que batia na mulher e a mantinha presa em casa com os filhos. Segundo ele, toda a tortura foi uma forma de punição, pois, ela havia se relacionado com outro homem, mas na época estava separada de Adailton.

Em depoimento, Adailton disse que cortou cabelo da vítima e que as lesões nas nádegas foram causadas por um tombo, e depois ele bateu na mesma região com um pedaço de madeira e ainda passou lamina e jogou água oxigenada. "Frio e não apresentava nenhum tipo de arrependimento, ele quis culpar a mulher pela morte, ele disse que não matou Francielle e que as lesões no pescoço ocorreram por ela ter tentado suicídio", explicou a delegada.
A respeito dos filhos do casal, o menor de 17 anos, foi ouvindo e disse que sabia das agressões, mas que eram feitas no quarto e que a mãe nunca gritou, mas sempre parecia triste. Em depoimento, o adolescente alegou que não podia falar nada por que era proibido pelo pai.
O caso mais recente em Campo Grande foi a morte da jovem Natalin Nara Garcia, de 22 anos, que foi assassinada pelo marido Tamerson Ribeiro, de 31, que está preso. A delegada responsável pelo caso Ana Paula Trindade , disse que a vítima foi morta na madrugada da última sexta-feira (4), e teve o corpo desovado na mesma data, na BR 060.

Conforme a delegada, Tamerson não se mostrou arrependido do crime e tentou fazer justiça pelo fato de Natalin ter o costume de sair para beber com as amigas. O casal tem uma filha de quatro anos que não é filha biológica do suspeito, mas ele registrou.
Natalin tinha o costume de sair com amigas e deixar ele em casa com a filha, algo que não incomodava a Tamerson. Porém, ele admite que tirou a vida da esposa com um mata-leão por que a vítima chegou bêbada e agredindo-o.
"Frio e calculista Tamerson matou Natalin, levou a filha para a escola com o corpo da mãe no porta-malas depois jogou na BR 060 e saiu com uma garota de programa e agiu tranquilamente quando os policiais do Grupo de Operações e Investigações (GOI), ele disse que Natalin tinha ido embora para outro Estado e deixado a filha com ele. Versão essa que a própria filha de quatro anos afirmou que o pai teria dito que a mãe morreu no hospital", disse Ana Paula Trindade.
De acordo com a delegada, Tamerson tentou esconder o crime, falando que a mulher tinha ido embora, mas a versão não convenceu uma amiga da vítima que procurou por ele, alegando que iria fazer um boletim de ocorrência, com medo do mesmo. Ela resolveu se passar pela esposa e mandou mensagem para amiga" dizendo que estava tudo bem, e um longe texto de despedida".
Segundo a Deam, o número de casos de feminicídio registrados em Mato Grosso do Sul, neste ano, subiram para nove Na maior parte dos casos, as mulheres foram mortas de forma brutal.
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