Polícia
Delegacia da Mulher indicia médico por assédio sexual
Polícia Civil investigou quatro casos entre pacientes e colegas de trabalho que foram vítimas
Segunda-feira, 28 Setembro de 2020 - 11:27 | Paula Fernandes

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar denúncia de assédio e importunação sexual contra o ginecologista Salvador Lopes de Arruda, 67 anos. Nesta segunda-feira (28) as delegadas Maira Pacheco Machado, Fernanda Félix e Bárbara Alves, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), que estão conduzindo o inquérito, afirmaram que até o momento quatro vítimas foram identificadas e oficializaram a denúncia.
São três mulheres que denunciaram pelo crime de assédio e uma por importunação sexual. Em um dos casos, durante a consulta na Associação Santa Rita de Cássia, a paciente ouviu frases pejorativas de cunho sexual e saiu muito abalada. Dentro dessa consulta o autor deu o número do aplicativo WhatsApp para que ela entrasse em contato no suposto tratamento. Segundo relato da paciente, ele perguntou ainda se queria carona e ainda disse que ela era “maravilhosa”. A vítima registrou a importunação no mês passado na Polícia Civil.
Duas técnicas de enfermagem da Maternidade Candido Mariano também registraram a denúncia. O assédio teria ocorrido durante plantões no hospital onde ele se aproveitava da relação de hierarquia superior para fazer elogios e assediar. De acordo com os relatos, ele deixava clara a intenção dele de manter outro tipo de relacionamento, de caráter sexual. Um caso aconteceu em dezembro de 2019 e outro em janeiro deste ano.
Há também o registro de uma médica que foi residente dele na Santa Casa. Após ser assediada sexualmente, ela se manifestou contra ele e então passou a sofrer o assédio moral no ambiente de trabalho. No depoimento prestado na polícia, a médica relatou que o médico tentava andar de mãos dadas, puxava a mão da médica próxima de sua virilha e ainda encostava o corpo em outras médicas residentes.
De acordo com as delegadas da Deam, o Conselho Regional de Medicina e a direção da Maternidade Cândido Mariano abriram sindicâncias para apurar a conduta do médico. Inclusive no CRM/MS já havia denúncias da mesma natureza registradas no ano de 2013. Em três procedimentos ele foi absolvido e atualmente há duas sindicâncias em curso. Também há uma por violação sexual mediante fraude ocorrida em 2015, quando ele supostamente ele teria tentado ameaçar a vítima. Nessa ele também foi absolvido no CRM.
O médico já foi chamado para depor na Deam. Ele se manteve calado durante o interrogatório e se reservou ao direito de falar somente em juízo, mas foi indiciado pelos crimes. Com esses casos vindo à tona, as delegadas acreditam que mais vítimas podem surgir. Segundo elas o crime é considerado perverso porque não deixa vestígios físicos e nem testemunhas presenciais e, por isso, a importância das mulheres procurarem a Polícia Civil para relatar a denúncia.
Ainda de acordo com as delegadas, nos quatro casos investigados, houve semelhança na abordagem e uso de praticamente das mesmas palavras para assediar e importunar sexualmente.
Salvador Arruda é casado, tem dois filhos e exerce a Medicina há 40 anos. Agora, após o indiciamento da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher o inquérito será enviado ao MPMS (Ministério Público Estadual), que deve ou não oferecer denúncia.
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