Geral
Sistema identifica linha de fogo na região da Serra do Amolar
Incêndio foi identificado a partir de uma das antenas do monitoramento, que funciona 24h por dia, em território boliviano, em região que fica também próxima da Lagoa Mandioré
Quinta-feira, 31 Julho de 2025 - 07:21 | Redação

O sistema Pantera, que tem sua central em funcionamento instalada na sede do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), detectou uma linha de fogo de cerca de 5km na região da Serra do Amolar, na noite do último dia 29. Por conta do período de estiagem que está sendo intensificado no Pantanal, registros como esse servem de alerta para possíveis ações de combate, bem como de prevenção para tentar evitar que o fogo alcance o Brasil. O incêndio foi identificado a partir de uma das antenas do monitoramento, que funciona 24h por dia, em território boliviano, em região que fica também próxima da Lagoa Mandioré. Ela tem mais de 121 km² de área e fica entre Brasil e Bolívia.
A estimativa é que essa linha de fogo estava a cerca de 15 km de distância da fronteira com o Brasil e a primeira vez que esse incêndio foi identificado neste ano foi neste dia 29/7. Conforme levantamento, a velocidade do vento na região chegou a alcançar 25 km/h, com direção sendo de leste para oeste, ou seja, ainda criando uma barreira para o incêndio não avançar no sentido brasileiro.
Essa linha de fogo não chegou a ser detectada por sistemas de satélite até o começo da tarde deste dia 30/7/2025 e pelo sistema Pantera, as chamas tinham sido reduzidas nesta quarta-feira. Uma das possibilidades é que o fogo pode ter atingido uma área alagada que fica entre a Mandioré e a região de campo onde estava a ocorrência.
Depois que houve o monitoramento do incêndio e a identificação do caso durante a noite de terça-feira (29), a equipe do IHP fez comunicado direto para duas instituições bolivianas que vem atuando como parceiras. Houve comunicação de fato para a Nativa (Naturaleza, Tierra y Vida) e para a CERAI (Fundación Centro de Estudios Rurales y de Agricultura Internacional) como forma de alertar instituições locais para avaliação local. Apesar de não ter ocorrido registro no Brasil, houve também comunicação para o Prevfogo/Ibama com o objetivo de medidas de prevenção.
O diretor presidente do IHP, Angelo Rabelo, pontua sobre a importância de haver trabalho transfronteiriço no combate ao fogo para tentar evitar tragédias e proteger a biodiversidade em ambos os países. “O fogo não tem nacionalidade e não reconhece limites de países. Um trabalho de cooperação é o que fortalece as medidas para se combater e evitar danos para comunidades, para a biodiversidade. Fizemos o contato direto com instituições parceiras na Bolívia para que seja possível verificar possíveis medidas. Atualmente, autoridades e instituições de um país não podem atuar no outro, mas pode haver um trabalho conjunto”, sugere.
Parcerias para prevenção
Em 2024, o IHP firmou termo de parceria com a CERAI para haver um trabalho conjunto no combate a incêndios florestais em território boliviano, na região da Área Natural de Manejo Integrado San Matías, bem como haver apoio para desenvolvimento de estudos científicos voltados para a conservação da biodiversidade e ações socioambientais que favoreçam comunidades. Essa região boliviana está localizada entre o bosque seco chiquitano, savanas inundáveis e o Cerrado, fazendo fronteira com o Brasil, em Mato Grosso do Sul, na região norte de Corumbá. A linha de fogo monitorada está nas proximidades de San Matías.
Já neste ano, em junho, houve uma atividade de intercâmbio da Brigada Alto Pantanal, mantida pelo Instituto, no Programa de Acampamento Especializado para Formação de Brigadistas Florestais, que foi promovido em Santiago de Chiquitos, pela Fundación Organización de Apoyo Legal y Social (ORE), Fundación Centro de Estudios Rurales y Agrícola Internacional (CERAI Fundação CERAI) e Governo Autonomo Departamental Santa Cruz.
Em julho, a equipe do IHP fez reunião com diretores da NATIVA para também estreitar laços de trabalho conjunto para prevenir incêndios florestais no Pantanal e no Chaco.
Cenário dos incêndios
Dados do LASA/UFRJ mostram que entre janeiro e julho de 2025, a área queimada no Pantanal foi 14,7 mil hectares, o que corresponde a 0,10% do território. Números bem abaixo do que foram registrados em 2024. O Pantanal, ano passado, enfrentou a pior estiagem em mais de 120 anos de monitoramento. Além de incêndios no Brasil, houve registro de fogo na Bolívia, em 2024, que acabaram atingindo a região da Serra do Amolar.
Além disso, os incêndios florestais do ano passado foram identificados por autoridades da Bolívia como o maior desastre ambiental da história do país. A área queimada no Departamento de Santa Cruz ultrapassou os 6,9 milhões de hectares, o que representa cerca de 68% do total que foi atingido por fogo em todo o país, ano passado. Em segundo lugar, o Departamento de Beni registrou mais de 2,9 milhões de hectares queimados, o que corresponde a 29% do total nacional.
Sistema Pantera
O Sistema Pantera, desenvolvido pela startup Um Grau e Meio e mantido em parceria com o IHP pelo projeto Abrace o Pantanal, apoiado pela JBS, funciona com o uso de inteligência artificial para detectar sinal de fumaça. As detecções acontecem com tempo de resposta entre 3 a 5 minutos, enquanto os satélites podem demorar entre 5 e 8 horas para realizar a identificação de um fogo. A central de monitoramento está na sede do IHP, em Corumbá (MS).
O IHP faz o compartilhamento do acesso ao sistema para o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Ministério Público Estadual de MS, Prevfogo/Ibama e instituições parceiras da Bolívia.
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