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Santas Casas querem receber mais do SUS
Quarta-feira, 16 Janeiro de 2019 - 16:54 | Redação
As Santas Casas do Brasil tentam convencer o governo federal a reajustar os valores dos procedimentos pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Santa Casa de Campo Grande faz coro ao discurso de que a tabela é muito defasada. “Os valores são de 10 anos atrás”, diz o presidente do hospital Esacheu Nascimento.
A Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) já encaminhou carta ao presidente Jair Bolsonaro e aguarda resposta. Por hora, o Ministério da Saúde alega que não tem recursos para aumentar os valores, mesmo assim, os hospitais pretendem continuar pressionando pelo reajuste.
“Nós temos a melhor expectativa em relação ao governo. Porém, se não houver atualização desses valores, não restará outra saída, no futuro, a não ser pedirmos descredenciamento do SUS. Não é algo que queremos. Nosso objetivo é continuar o atendimento à população, mas recebendo valores mais justos. Acreditamos nessa negociação”, afirma o presidente.
Esacheu reitera que o descredenciamento é uma hipótese levantada em último caso, quando as possibilidades de negociação estiverem esgotadas e que a Santa Casa não tem qualquer decisão neste sentido. O presidente acredita no entendimento entre as partes pelo bem dos usuários do SUS. “Temos que levar em consideração que este é um governo novo que ainda está tomando conhecimento da situação”, analisa.
Segundo ele, a tabela desatualizada tem deixado as santas casas em situação deficitária há anos. “Hoje, estes hospitais acumulam dívidas de R$ 22 bilhões porque atendem pacientes do SUS e recebem menos do que de fato deveriam”, disse. “Muitos hospitais sequer podem mais recorrer a empréstimos”, acrescenta.
Esacheu cita que o presidente da República Jair Bolsonaro foi atendido na Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais, após levar uma facada em um evento de campanha, em setembro de 2018. “No hospital, ele passou por vários procedimentos, alguns bem complexos. Muitos profissionais estiveram envolvidos. E o SUS só repassou R$ 308. Veja a discrepância”, comparou.
Hoje a Santa Casa de Campo Grande atende cerca de 12 a 15 mil pacientes por mês, sendo que 80% são pelo SUS e apenas 20% particulares. O faturamento com os atendimentos privados é de R$ 5 milhões, contra R$ 21 milhões vindos do SUS, mas que são insuficientes para cobrir os gastos com os atendimentos gratuitos.
“Há coisas que precisam ser ditas. Os hospitais públicos não conseguem fazer o atendimento completo, porque não estão preparados para a complexidade. A saúde pública precisa das santas casas (...) Saúde não tem preço, mas ela tem um custo e isso precisa ser coberto”, cobra o presidente.
A Santa Casa de misericórdia de Campo Grande foi criada em 1917. Hoje é o maior hospital do Estado e referência em procedimentos de alta complexidade. Cerca de três mil pessoas trabalham na Santa Casa. também se tornou recentemente o segundo hospital do País em quantidade de captação de órgãos.
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