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Professora de MS é premiada por pesquisa sobre fungos resistentes no Pantanal
Estudo de Luana Rossato investiga impacto de agrotóxicos e queimadas no surgimento de microrganismos mais agressivos em áreas degradadas
Sábado, 13 Dezembro de 2025 - 09:50 | Sandra Salvatierre

São Paulo, 9 de dezembro de 2025, Embora não recebam a mesma atenção que vírus e bactérias, os fungos estão entre os agentes que mais preocupam especialistas em saúde por causarem infecções graves e apresentarem crescente resistência a tratamentos disponíveis. Investigando esse cenário em regiões sob forte pressão ambiental, a pesquisadora Luana Rossato, professora da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), venceu a categoria Ciências da Vida da 20ª edição do Prêmio Para Mulheres na Ciência, promovido pelo Grupo L’Oréal Brasil em parceria com a UNESCO e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Seu projeto analisa de que forma agrotóxicos e queimadas no Pantanal podem favorecer o surgimento de fungos ambientais mais resistentes e potencialmente perigosos para populações humanas. A pesquisa envolve a coleta de amostras de solo, água e vegetação expostas a diferentes níveis de incêndios florestais e defensivos agrícolas. Em laboratório, Luana identificará os fungos presentes, mapeando genes ligados à virulência e à resistência a medicamentos, dados essenciais para estratégias de vigilância sanitária e alerta precoce em comunidades rurais, ribeirinhas e indígenas.
“Cuidar da saúde exige olhar para o ser humano, os animais e o ambiente de forma integrada. Compreender os microrganismos também é uma forma de proteger ecossistemas e vidas”, afirma a pesquisadora.
A trajetória de Luana é marcada por curiosidade precoce: ainda criança, criava pequenos “experimentos” misturando perfumes, sem imaginar que essa brincadeira a levaria ao universo científico. O ponto de virada veio com a iniciação científica na graduação e ganhou força quando deixou Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, para cursar o doutorado na USP. “Foi um salto enorme, geográfico e emocional. Sair da zona de conforto me ensinou coragem e compromisso com as minhas escolhas”, relembra.
Hoje, Luana se motiva pela possibilidade de transformar realidades por meio do conhecimento. E reconhece o peso dos desafios enfrentados por mulheres na ciência especialmente ao equilibrar funções como docente, pesquisadora, orientadora e mãe. “Ser mulher na ciência é resistir. Muitas vezes precisamos provar nossa competência repetidas vezes, mas é nessa capacidade de conciliar papéis que está a nossa força”, ressalta. Ao longo da carreira, enfrentou episódios de desrespeito e preconceito, superados com firmeza e consistência. Sua maior inspiração é a mãe, “um exemplo de coragem e simplicidade que sempre mostrou que o esforço transforma destinos”.
A premiada também carrega uma ligação afetiva com a iniciativa: ainda na graduação, viu uma prima ser vencedora em 2008, marco para toda a família a primeira geração a acessar o ensino superior. Por isso, receber a notícia foi especialmente simbólico. “Me inscrevi sem imaginar que seria contemplada. Foi uma mistura de surpresa, alegria e gratidão. É um sinal de que estou no caminho certo.”
Para Luana, o reconhecimento fortalece não apenas sua trajetória individual, mas o trabalho de todo o grupo de pesquisa que coordena. “O prêmio amplia nossa visibilidade, abre portas para novas colaborações e mostra que é possível fazer ciência de excelência fora dos grandes centros. Espero inspirar outras jovens cientistas a acreditarem no seu potencial”, conclui.
Sobre o Grupo L’Oréal
Há 115 anos dedicado ao universo da beleza, o Grupo L’Oréal reúne 38 marcas internacionais e registrou 43,48 bilhões de euros em vendas em 2024, contando com mais de 90 mil colaboradores. A pesquisa científica é um dos pilares da companhia, que mantém 4.000 pesquisadores em sua equipe global. No Brasil — quarto maior mercado de beleza do mundo — completou 65 anos em 2024, com 22 marcas atuantes, entre elas L’Oréal Paris, Kérastase, CeraVe, Lancôme, Armani e Prada.
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