• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

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Prefeitura mantém comércio fechado

Sábado, 28 Março de 2020 - 13:44 | Redação


A reunião entre prefeito Marquinhos Trad e representantes dos empresários do comércio de Campo Grande terminou praticamente sem novidades. O decreto municipal foi mantido e o setor continua impedido de abrir as portas como medida de prevenção ao Covid-19 em Campo Grande. O encontro aconteceu na manhã deste sábado na área externa do gabinete da Prefeitura que fica na Esplanada Ferroviária.

Durante o encontro,  que foi acompanhado de longe pela imprensa, foi possível observar momentos de discussão mais tensa. Os empresários defendem a abertura gradativa para evitar prejuízos, fechamento de lojas e demissões. No entanto o decreto fica mantido. Somente restaurante podem abrir com 30% da capacidade, lotéricas poderão funcionar assim como igrejas. Na reunião foi confirmado que o trabalho no setor da construção civil está autorizado a voltar na segunda-feira (30). No entanto cada construção poderá ter no máximo 20 operários. A direção do Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo da Capital, vai estudar uma forma de atender os trabalhadores deste segmento que precisam se deslocar para os canteiros de obras.

O prefeito reforçou que nada muda e o decreto de quarentena vai até o dia 06 de abril. “Estamos no controle dessa situação, não há motivo de pânico, representantes do comércio, shopping, promotoria de justiça e câmara estão conscientes em uma parceria unânime de que o bem maior é a vida. Por isso, estamos tomando todas as medidas responsáveis, maduras e com muita sabedoria para que o campo-grandense possa retomar sua vida social com segurança e saúde”, ressaltou. "Não podemos abrir o comércio da noite para o dia sem fazer avaliação", ponderou Marquinhos Trad.

O primeiro- secretário da Associação Comercial de Campo Grande reforçou que os empresários desde o início da quarentena vem contribuindo para impactar o mínimo possível mesmo que as vendas tenham despencado cerca de 80%. “A demanda caiu, temos pedido serenidade aos empresários e dirigentes e não adianta entrar em conflito”, afirma Roberto Oshiro. Ele afirmou ainda que durante a semana vão verificar aos poucos que setores podem ir retornando de forma gradativa. Oshiro finalizou fazendo um apelo para que a população volte a consumir ajudando as empresas locais.

A representante do segmento de shoppings de Campo Grande, Adriana Flores, confirmou que todos os centros de compra da Capital permanecem fechados assim como nas demais cidades brasileiras “pelo bem na população, dos lojistas e consumidores”. Ela ressaltou que existe impacto, grande insegurança, preocupação com pagamento de funcionários e possível necessidade de demissão, mas o setor vai acatar a orientação municipal. “Vamos seguir as recomendações da Prefeitura”, afirmou.

A promotora de Justiça Filomena Fluminhan, que também participou da reunião, discorda do decreto municipal que acompanhou o federal em relação as igrejas. “Deixamos a nossa posição, muito embora tenha sido um decreto presencial, os setores não se enquadram como atividade essencial. Vamos ingressar com medida judicial na segunda-feira”, enfatizou. Quanto às lotéricas, a promotora entende que há o interesse público da coletividade.  “No ponto de vista legal também não é serviço essencial e permite aglomeração de pessoas, porém decidi que não devo tomar medidas em relação a lotérica porque é equiparada a serviços bancários. É na lotérica que a população consegue chegar sem transporte público, ao contrário dos bancos”, avalia.  

O secretário municipal de saúde, José Mauro Filho, ressaltou todas as atividades serão retomadas aos poucos e obedecendo protocolos, mas que no momento nada terá alterações substanciais. “O estudo técnico de segurança é que irá analisar quais os setores devem voltar ao longo da semana, de forma gradativa”, finalizou

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