• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

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Polícia pede que vítimas de quadrilha procurem a delegacia

Terça-feira, 16 Junho de 2020 - 15:53 | Redação


A Polícia Civil, por meio da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) está à procura de pessoas que possam ter sido vítimas de uma quadrilha de internos do Centro de Triagem de Campo Grande que aplicava golpes na Olx. Entre os objetos apreendidos está um carinho de cachorro quente que a polícia tenta localizar o dono.

O esquema foi descoberto depois de uma investigação da Deco sobre estelionato e receptação. Seis internos foram identificados e ouvidos pela polícia nesta segunda-feira (16). A polícia registrou 358 boletins de ocorrência contra grupo criminoso que estaria agindo há cerca de um ano. Conforme divulgado, os produtos eram ofertados no site de compra e venda e os presos montaram uma estrutura com apoio até de motoristas de aplicativo.

"Muita gente não fazia o B.O (boletim de ocorrência) porque quando descobriam que era golpe, as pessoas ainda eram ameaçadas pelos internos que diziam a elas que não adiantaria ir à delegacia por falta de provas", explicou a delegada titular da Deco, Ana Cláudia Medina, informando que novas vítimas têm procurado a polícia após a divulgação do esquema.

Foram apreendidos diversos objetos que apresentavam registros de boletim de ocorrência, que estão sendo devolvidos às vítimas. Outros produtos que não apresentam boletins, estão apreendidos na Deco, aguardando que as vítimas procurem a delegacia ou entrem em contato pelo telefone (67) 3323-6900.

Golpes - Com os golpes, os internos adquiriam diversos produtos, como pizzas, cestas básicas, buquê de flores, instrumentos musicais, notebooks, motosserra e até veículos. Eles voltavam a negociar com receptadores fazendo girar uma espécie de comércio clandestino entre internos que costumavam destinar os itens a familiares e amigos.

Segundo apurado pela Deco, a quadrilha era chefiada por um interno do Centro de Triagem que com um celular e dados falsos de um pecuarista na região de Brasilândia (MS), fez o cadastro no site. Fingindo ser empresário do ramo de informática do Estado do Paraná, ele negociava com as vítimas e aplicava os golpes. Após a negociação dizia que estava fora da cidade, enviava um comprovante falso de pagamento bancário e afirmava a vítima que um funcionário buscaria a compra, responsabilidade passada para os motoristas de aplicativos que retiram o produto e encaminhavam para endereços indicados pelo interno, onde era aguardada a destinação até a revenda.

Além do líder da organização foram identificados como receptadores outros cinco interno. As investigações continuam e a polícia solicitou a remoção da custódia dos presos para outro estabelecimento mais rigoroso. Eles prestaram depoimento na Deco e vão responder por estelionato e receptação.

 

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