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Novembro Laranja alerta para causas silenciosas da perda auditiva
Além do envelhecimento natural, uso de medicamentos, infecções, predisposição genética e exposição a ruídos estão entre os principais fatores de risco para a surdez
Quinta-feira, 27 Novembro de 2025 - 18:39 | Sandra Salvatierre

Segundo dados do Relatório Mundial sobre Audição, da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, até 2050, cerca de 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo poderão viver com algum grau de perda auditiva. É neste contexto que surge a campanha Novembro Laranja, voltada à educação, conscientização e prevenção de problemas relacionados à surdez.
A perda auditiva pode se manifestar de diferentes maneiras e ter múltiplas causas. Compreender seus tipos e fatores desencadeantes é fundamental para que o paciente receba diagnóstico e tratamento adequados, como explica o médico otorrinolaringologista e coordenador do curso de Medicina da Uniderp, Alexandre Cury.
“Para tratar a doença, é essencial atenção aos primeiros sinais, como dificuldade para compreender falas em uma conversa, aumento expressivo do volume da televisão, sensação de ouvido tampado, zumbido e até isolamento social. Pelo menos uma em cada dez pessoas deverá precisar de aparelho auditivo em razão da perda natural relacionada à idade”, alerta o especialista.
A perda auditiva pode ser parcial ou total e ocorrer de forma congênita ou adquirida ao longo da vida. Com o envelhecimento da população, os casos têm se tornado mais frequentes, já que, a partir dos 30 anos de idade, células importantes do ouvido interno começam a se deteriorar gradativamente.
A intensidade desse comprometimento auditivo pode variar de leve a profunda:
Leve: dificuldade para ouvir sons abaixo de 30 decibéis, sobretudo em ambientes ruidosos;
Moderada: dificuldade para perceber sons entre 30 e 50 decibéis;
Severa: incapacidade de ouvir sons entre 51 e 80 decibéis;
Profunda: ausência completa de percepção sonora.
As causas da perda auditiva são diversas e se dividem principalmente em dois tipos:
Perda auditiva de condução
Ocorre quando há impedimento na transmissão do som entre o ouvido externo e o ouvido médio. Entre suas causas mais comuns estão:
Acúmulo de cera (cerúmen): pode bloquear a passagem do som, gerando sensação de ouvido tampado, zumbido e redução da audição. A remoção deve ser realizada por um profissional para evitar lesões.
Otites e outras infecções: inflamações do ouvido médio, associadas a gripes, alergias ou sinusites, podem provocar acúmulo de líquido atrás do tímpano. O tratamento pode incluir medicamentos ou procedimentos para drenagem, em casos crônicos.
Imobilização dos ossículos: doenças como a otosclerose comprometem a movimentação dos pequenos ossos responsáveis pela condução sonora, podendo exigir desde tratamento medicamentoso até cirurgia.
Perda auditiva neurossensorial
Decorre de danos na cóclea ou no nervo auditivo e, em geral, é permanente. Entre os fatores associados estão:
Doenças e infecções sistêmicas: viroses, meningites e distúrbios metabólicos podem afetar diretamente o ouvido interno;
Tumores na cóclea ou no nervo auditivo: condições como o schwannoma vestibular causam perda progressiva e zumbido, sendo o diagnóstico precoce essencial;
Uso de medicamentos ototóxicos: determinados antibióticos, diuréticos e quimioterápicos podem lesar as células auditivas, exigindo acompanhamento médico rigoroso.
Cury ressalta ainda outros fatores importantes.
“Predisposição genética, defeitos congênitos e exposição contínua a ruídos intensos — como o uso prolongado de fones de ouvido em volume alto, ambientes de trabalho ruidosos e shows podem causar danos irreversíveis às células sensoriais do ouvido interno, além da presbiacusia, que é a perda ligada ao envelhecimento.”
O especialista reforça que a perda auditiva não deve ser ignorada. O diagnóstico precoce viabiliza tratamentos eficazes, como uso de medicamentos, cirurgias, implantes cocleares ou aparelhos auditivos, capazes de preservar a qualidade de vida e minimizar impactos emocionais e sociais.
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