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MPMS investiga despejo irregular de esgoto no Córrego Lajeado há mais de uma década

A medida foi motivada por denúncias de extravasamento de esgoto nas vias públicas e lançamento de efluentes não tratados diretamente na nascente, especialmente em períodos de chuva intensa

Terça-feira, 23 Setembro de 2025 - 14:31 | Redação


MPMS investiga despejo irregular de esgoto no Córrego Lajeado há mais de uma década
MPMS investiga despejo irregular de esgoto no Córrego Lajeado há mais de uma década (Foto Divulgação)

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio da 42ª Promotoria de Justiça de Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo da comarca de Campo Grande, instaurou procedimento administrativo para apurar possíveis irregularidades na operação da Estação Elevatória de Esgoto (EEE) nº 1.324, localizada na Avenida Manoel Padial com a Rua Graciliano Ramos, operada pela concessionária de água. 

A medida foi motivada por denúncias de extravasamento de esgoto nas vias públicas e lançamento de efluentes não tratados diretamente na nascente do Córrego Lajeado, especialmente em períodos de chuva intensa. Relatos e registros audiovisuais indicam que o excesso de carga de esgoto, agravado pela limitada capacidade da estação, tem provocado transbordamentos em poços de visita, com escoamento para bocas de lobo e, consequentemente, para o sistema de drenagem urbana.

A situação, segundo os autos, persiste há mais de uma década, mesmo após intervenções da concessionária, como a instalação de bomba adicional e o asfaltamento de bueiros, que, conforme moradores, agravaram o problema. Também foi identificada nas proximidades da estação uma estrutura de concreto com escoamento de água contaminada, cuja natureza e finalidade ainda não foram formalmente esclarecidas.

O MPMS determinou a notificação da Águas Guariroba para apresentar documentos técnicos e prestar esclarecimentos sobre a operação da EEE 1.324, incluindo licença ambiental, capacidade de vazão, número de economias atendidas, existência de tanque de retenção de águas pluviais e informações sobre o extravasor e a estrutura de concreto mencionada. Também foi solicitado apoio técnico do Daex para análise da nascente do Córrego Lajeado, identificação de lançamentos indevidos e avaliação do dimensionamento da rede.

A concessionária apresentou defesa alegando que os extravasamentos foram causados por obstruções provocadas por terceiros, como o lançamento de pedaços de madeira na rede, e que não há nexo causal entre os episódios e sua responsabilidade. A empresa também justificou a inviabilidade técnica de implantar conduto forçado de 300 mm devido à intersecção com rede existente de 150 mm.

O caso também é objeto de ação civil pública ajuizada para responsabilização da concessionária por poluição ambiental, com pedido de recomposição dos danos, indenização por danos extrapatrimoniais e adequação às licenças ambientais. O MPMS segue acompanhando o caso, com foco na proteção ambiental e na garantia da saúde pública da população campo-grandense.

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