Estilista é suspeito de estelionato ao aplicar golpes em noivas

A Polícia Civil está investigando uma denúncia de apropriação indébita e estelionato contra um estilista e cabeleireiro, especialista em noivas, de Campo Grande.  Seis pessoas procuraram 1 ª DP (Delegacia de Polícia Civil), no dia 3 dezembro, alegando que foram vítimas de um golpe.

A professora de biologia, Flávia Yokoo, de 30 anos, e a supervisora de vendas Patrícia Verginia da Conceição Gomes, de 40 anos foram duas das vítimas. Elas escolheram para a locação do vestido de noiva e a produção no dia do casamento o mesmo ateliê de um estilista, cabeleireiro e maquiador de Campo Grande. As noivas fecharam um contrato no valor de R$ 2.5 mil com meses de antecedência da festa, horas antes do casamento, elas afirmam que os vestidos não foram entregues.

Flávia se casou em setembro de 2018. Desesperada, ela procurou outros profissionais para se arrumar junto com mais oito convidadas no dia do casamento e o vestido que tinha provado poucas vezes, horas antes da festa não havia sido entregue. Para não cancelar um sonho tão planejado, a noiva precisou dar um jeito em menos de 24h.

“Eu provei o vestido na sexta-feira 22h e me casaria no sábado. O vestido além de não ser o que eu tinha pedido estava apertado, como se não tivesse sido ajustado ao meu corpo. Eu pedi para que ele fizesse a modificação, mas ele passou a não responder minhas mensagens e depois apareceu no salão que estava me arrumando faltando apenas uma hora para o casamento”, conta Flávia.

No caso de Patrícia, ela precisou gastar o dinheiro da lua de mel para comprar de última hora o vestido das filhas que seria feito pelo estilista e conseguiu um vestido de noiva com ajuda de conhecidos e da cerimonialista. “Eu mandei inúmeras mensagem perguntando sobre as provas e ele sempre dava uma desculpa, dizia que em uma noite costurando ela conseguiria deixar tudo pronto”.

Um dia antes do casamento, ainda sem ter a prova final, Patrícia foi até a casa do estilista como combinou, mas não foi recebida. “Eu bati, gritei no portão, fiquei lá por vários minutos e até gravei um vídeo para comprovar que ele não estava no ateliê”.

O proprietário do salão em que o suspeito ofereceu o dia de noiva as vítimas também procurou a polícia. Ele afirma que alugou uma sala do espaço para o profissional atender as noivas, mas durante seis meses, ele não teria pago o aluguel.

“Meu casamento foi maravilhoso e deu tudo certo, mas eu estou divulgando isso porque não quero que outras mulheres passam por isso. Não é pelo prejuízo material, mas eu estou falando de um sonho, de expectativas”, desabafou Patrícia.

Depois que as noivas denunciaram o caso, a polícia esteve no ateliê do estilista a apreendeu cerca de 50 vestidos que estavam no local. Ainda de acordo com o registro do boletim de ocorrência, o suspeito teria alugado vestidos em lojas especializadas, sem ter feito o pagamento, para relocar a clientes como se fosse confecções próprias.

O especialista em noivas responde a um processo por estelionato. Ele chegou a ser preso em flagrante em 2012, com 22 mil reais em vestidos e peças de noivas que alugou em uma loja de campo grande.   

Nesta nova denúncia, ele é considerado suspeito e ainda não foi pela Polícia Civil para depor.  De acordo com a denúncia, os prejuízos causados as vítimas chegam a R$40 mil.

O outro lado –  O estilista suspeito de estelionato é Nill Dallaqua. Ao site Diário Digital, ele disse que está sendo denunciado injustamente pelas vítimas e que desde o momento em que as noivas fecharam contrato até o casamento sempre manteve contato.

“Todos os vestidos sempre estavam prontos e aqui em casa, no meu ateliê, eu sempre avisei para elas que estava me desvinculando do salão que trabalhava e iria atende-las em um hotel. E eu não costumo sair, minhas costureiras também estão aqui. É só as pessoas verem minhas redes sociais e a satisfação das minhas noivas”, comentou Nill.

A polícia orienta que as vítimas procurem a 1ª DP, na Rua Padre João Crippa, 1581 – Centro para recuperar os vestidos.