Case sustentável em agroindústria representará MS na COP 30

O Programa Ciclos, criado em 2007 pelo Grupo Real, será um dos seis cases brasileiros selecionados para apresentação na COP 30, conferência global sobre mudanças climáticas que será realizada em Belém–PA em 2025. A iniciativa foi escolhida entre 149 projetos avaliados pela plataforma internacional Sustainable Business COP30, dentro do grupo temático Circular Economy & Materials Working Group, que reúne experiências de economia circular e inovação industrial da América do Sul.

O projeto sul-mato-grossense representará o país na categoria “Economia Circular e Materiais Sustentáveis”, destacando-se por gerar impacto ambiental mensurável e socialmente integrado. Segundo o relatório oficial da COP, o Ciclo é considerado um modelo maduro, replicável e de baixo custo, com potencial para inspirar empresas de diferentes setores a adotarem práticas sustentáveis de forma efetiva.

O case de sucesso será apresentado durante a Convenção Integra CMR 2025, que acontecerá na sede do Grupo Real, em Campo Grande–MS, na próxima quarta-feira (22), a partir das 13h30. O evento reunirá especialistas, lideranças e representantes da indústria para discutir inovação, sanidade e sustentabilidade na pecuária.

Resultados práticos da iniciativa

O Programa Ciclos proporcionou ao Grupo Real o selo de primeira agroindústria do estado certificada pelo Programa ESG-FIEMS, após atender 69 indicadores de boas práticas ambientais, sociais e de governança. O projeto ampliou a coleta e destinação correta de resíduos, envolvendo colaboradores, comunidades e fornecedores. Desde sua implantação, mais de 1,4 milhão de quilos de resíduos foram enviados à reciclagem, e as ações internas de reaproveitamento contribuíram para evitar a emissão de 1.355 toneladas de CO2e, conforme cálculo do GHG Emissions Calculation Manual for Waste.

Além de reduzir o impacto ambiental, o programa gera receita com recicláveis, diminui custos operacionais e reinveste em iniciativas sociais, melhorando o clima organizacional e agregando valor à marca, fatores apontados no relatório internacional como diferenciais competitivos do projeto. O Grupo Real também investiu na transformação completa de sua matriz energética em energia fotovoltaica e na implantação de um sistema de captação, tratamento e reaproveitamento da água da chuva em suas duas plantas industriais. No eixo social, o Ciclo promove valorização humana, integração e apoio a comunidades locais, com políticas voltadas à equidade, ao combate ao assédio e à proteção de dados, auditadas por comitês independentes e pelo Bureau Veritas (BVQI), instituição acreditada pelo Inmetro responsável pela certificação ESG-FIEMS.

Conforme o diretor técnico industrial do Grupo Real, Mário Renck Real, o reconhecimento na COP 30 reflete a maturidade da agroindústria moderna brasileira. “Seguir as diretrizes do ESG é um caminho inteligente para manter a competitividade e alcançar mercados cada vez mais exigentes. Investir em práticas que reduzam impactos ambientais, assegurem o bem-estar animal e garantam rastreabilidade será decisivo para consolidar a pecuária nacional como referência em sustentabilidade.”

Outras duas empresas, PortoPlast e Organoeste, acompanharão o Grupo Real na COP 30, compondo o SB COP Case Booklet, publicação oficial que reunirá os principais exemplos de sustentabilidade industrial do Brasil. Com essa certificação, Mato Grosso do Sul se posiciona na vanguarda da sustentabilidade industrial, incentivando novas adesões ao programa ESG-FIEMS e consolidando sua imagem como referência em economia verde. O Programa Ciclos será apresentado como case pioneiro da economia circular brasileira, combinando gestão de resíduos, educação ambiental e impacto social mensurável, com potencial de expansão para outros setores produtivos.

Saiba mais: www.realh.com.br