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Bonito inaugura calçada da fama em homenagem ao cinema

Mãos de artistas e patas de animais típicos da fauna pantaneira ficarão lado-a-lado, em esculturas simbólicas

Terça-feira, 29 Julho de 2025 - 15:00 | Redação

Bonito inaugura calçada da fama em homenagem ao cinema — Artistas homenageados durante Bonito Cinesur (Foto: Divulgação)

O Bonito Cinesur - Festival de Cinema Sul-americano, em ação conjunta com a Prefeitura Municipal de Bonito, lançou o “Pegadas do Cinema Sul-americano”, iniciativa inédita que propõe o resgate da memória cultural e a conexão entre o ser humano e o meio ambiente por meio de um simbolismo: gravar mãos de artistas reconhecidos do audiovisual sul-americano e patas de animais típicos da fauna pantaneira - lado-a-lado, em esculturas simbólicas. As placas são feitas de ferro, cimento , vidro, com tamanho de 80cmx80cm.

Nesta segunda-feira, 28, foi realizada a cerimônia que moldou as mãos dos primeiros cinco homenageados: os artistas Ana Brun (tamanduá-mirin), Maeve Jinkings (lobo-guará), Antônio Pitanga (onça-pintada), a produtora Cecília Diez (papagaio) e o distribuidor Jean-thomas Bernardini (anta). O evento foi no Centro de Convenções de Bonito, mas todas as placas serão expostas em uma calçada na principal praça da cidade, a da Liberdade, segundo informações da prefeitura municipal.

O prefeito Josmail Rodrigues explica que a ideia surgiu à exemplo da Calçada da Fama que existe em Los Angeles (EUA), mas aqui, terá um toque sul-mato-grossense. “Ela complementa nosso desejo de transformar Bonito em uma cidade referência para o cinema da América Latina, unindo ecoturismo, desenvolvimento e arte. Nossa cultura ganha uma projeção muito grande. E quem ganha com essa visibilidade é Mato Grosso do Sul”. Josmail conta ainda que a placa final contará com – além da pata e das mãos - com uma foto do artista, acompanhada pelo nome e a data em que foi gravada. Logo abaixo da foto do artista, ainda haverá os nomes popular e científico de cada animal retratado.

O idealizador do Festival de Cinema, Nilson Rodrigues, diz que a iniciativa servirá, sobretudo, como memória para a cidade com o registro de personalidades sul-americanas que fazem a história do audiovisual e que serão retratadas ao longo dos anos, durante a realização dos próximos festivais. “Nós vamos registrar aqui em Bonito esses artistas sul-americanos, brasileiros e sul-mato-grossenses que fazem a história do cinema e do audiovisual. Vamos ter as patas dos animais ao lado das patas humanas. Como nós estamos em Bonito, esse paraíso ecológico, vamos dizer que os humanos e os animais caminham juntos. É isso que tem significado para o planeta. Somos uma coisa só e precisamos salvar o planeta”, disse Rodrigues.

Homenageados - Ana Brun, homenageada nesta terceira edição do CineSur por sua trajetória, incluindo uma premiação no Festival de Berlim com o Urso de Prata de melhor interpretação feminina pelo filme “As Herdeiras”, destaca: “Fiquei encantada com a homenagem, ainda mais em uma cidade charmosa como Bonito.”

Antonio Pitanga fala da importância de um festival sul-americano de cinema que abre as portas para o mundo. “A gente pôs as mãos para a eternidade, mas foi com o coração. Expondo uma questão necessária, esse tema climático, da destruição da floresta, do desrespeito aos povos originários. A homenagem é uma leitura que a gente faz desse contexto e Bonito nos lembra sobre o que o homem está fazendo. Ainda bem que estou vivo, de pé, para comungar este momento tão mágico.

Maeve Jinkings lembrou: “é como se estivéssemos de uma maneira mais ´aterrada´ do lugar onde nós viemos. E colocar a homenagem na Praça, num espaço democrático, aberto, com pessoas acessando isso, em um festival que vem celebrar a união da cadeia audiovisual sul-americana, com o que nos torna iguais, é didático, inteligente.”

Para Cecília Diez, a ideia foi maravilhosa. “Temos que aprender muito com os animais, com sua ética, com seu companheirismo; são nossos melhores professores. Não paramos aqui e seguiremos construindo juntos”. Quem também se emocionou com a homenagem foi Jean-thomas Bernardini. Ele afirma que ser lembrado pela homenagem é gratificante, mas o que tem maior peso é o valor simbólico, ainda mais por estar entre os primeiros nomes a serem lembrados. “É um gesto singelo e ao mesmo tempo, de uma força, que tem tudo a ver com o local, com a classe cinematográfica. E em Bonito, fica mais bonito ainda”, declara.

Nesta edição serão onze personalidades homenageadas ao todo. Na próxima quinta-feira, 31, os artistas Humberto Espíndola, Cláudia Ohana, Thiago Lacerda, o cineasta José Eduardo Belmonte e Aurélio Michiles e o roteirista Luiz Carlos Lacerda também vão deixar suas marcas na memória do Festival de Cinema Sul Americano ao lado de outros animais do bioma pantaneiro.

Sobre o Festival - O 3º. Festival de Cinema Sul-americano de Bonito está sendo realizado no Centro de Convenções da cidade, no Hotel do Sesc, em praças públicas até o próximo dia 02 de agosto. Com filmes de países como Brasil, Paraguai, Argentina, Peru, Chile, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Uruguai e Equador, a curadoria buscou dialogar entre as diferentes realidades existentes na América do Sul.

O BONITO CINESUR é uma realização da Associação Amigos do Cinema e da Cultura (AACIC), em parceria com o Ministério da Cultura (Governo Federal), por meio de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet. Conta com patrocínio da Fecomércio-MS, Sesc, Emgea, Agência Nacional do Cinema (Ancine), Petrobrás, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Tem o apoio da Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico e da Prefeitura de Bonito, da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) e do Governo de Mato Grosso do Sul, além do apoio cultural da Energisa e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).