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Assassino confesso responderá processo preso
Segunda-feira, 11 Março de 2019 - 17:01 | Redação
Esta segunda-feira (11) foi dia de intenso luto para a cidade Pantaneira de Corumbá, a 429 quilômetros da Capital. Depois da morte cruel de uma professora do Município, homens e mulheres foram às ruas para protestar e pedir por rigor ao Poder Judiciário em relação à procura e condenação de autores de crimes de feminicídio e violência doméstica. Edevaldo Costa Leite, assassino confesso da vítima, passou por audiência de custódia, teve a prisão mantida pelo juiz e já se encontra no Estabelecimento Penal Masculino de Corumbá.
A Secretaria Especial de Direitos Humanos e servidores da educação da cidade de Corumbá organizaram manifestações que aconteceram no início da manhã desta segunda. Os grupos iniciaram a caminhada em pontos diferentes da cidade e se encontraram no Cemitério Santa Cruz, de lá seguiram para a Delegacia de Polícia Civil e depois para o Fórum de Corumbá, onde o assassino de 31 anos passava por audiência de custódia.
Em nota divulgada no site oficial do Município, o prefeito da cidade, Marcelo Iunes, lamentou a morte da Nádia Sol Neves, que completava 38 anos. Ele disse que “é inconcebível que alguém ceife os sonhos, as aspirações, a vida de quem luta para construir uma vida melhor”, e também se prontificou a tomar atitudes que mudem este cenário “podemos e vamos trabalhar para que coisas assim deixem de acontecer, para que as mulheres sejam valorizadas e respeitadas” encerrou o prefeito.
Escolas da Rede Municipal de Ensino (REME) tiveram horário de aulas reduzido em todos os períodos por solidariedade à família da professora que lecionava aulas de Língua Portuguesa e Língua Inglesa, em sinal de luto colegas de trabalho da REME foram lecionar vestidos de preto. A Escola Estadual Doutor João Leite de Barros, onde Nádia também trabalhava como professora, ficou fechada durante toda esta segunda-feira.
No Município de Corumbá o corpo de Nádia foi velado por apenas algumas horas, mas ainda assim esteve lotado em todos os momentos. Na despedida a maioria dos presentes eram servidores da educação. O corpo de Nádia Sol, morta quando chegava de uma comemoração do próprio aniversário de 38 anos, foi levado para Campo Grande onde residem familiares e onde será sepultado.
Nádia Sol Neves, de 38 anos, deixou duas filhas de 9 e 15 anos de idade.
O crime
Nádia Sol Nunes completava 38 anos no último domingo (10) e por isso foi ao pagode comemorar a data na companhia de duas amigas e um rapaz. No local ela foi encontrada pelo ex-companheiro que insistiu em um diálogo que não aconteceu porque Nádia não quis.
Enfurecido, Edevaldo então teria seguido para a casa da vítima pela manhã. O carro de Nádia estava na residência, mas ela não. O assassino perguntou aos vizinhos sobre o paradeiro da professora e foi informado de que Nádia havia saído em outro carro junto com um rapaz.
Edevaldo ficou aguardando a chegada de Nádia em sua residência. Quando chegou, os dois acabaram discutindo foi quando ele pegou uma faca que estava no batente da janela e desferiu 36 golpes que atingiram costas, tórax, rosto e braços da professora. Testemunhas ainda disseram que viram o assassino arrastando Nádia para a rua pelos cabelos.
Polícia Militar e Corpo de Bombeiros foram acionados. Edevaldo fugiu, mas logo se apresentou na Polícia Civil do Município. Nádia Sol foi encaminhada com urgência para o Centro Cirúrgico da Santa Casa de Corumbá, mas não resistiu e faleceu.
Boatos de que o assassino seria liberado levaram um grupo de pessoas para frente da Delegacia onde ele estava preso. Edevaldo passou por audiência de custódia nesta segunda-feira (11) de manhã e por decisão do juiz da Vara de Execuções Penais, André Luiz Monteiro, a prisão foi mantida. Sob forte esquema de segurança policial, Edevaldo saiu do Fórum dentro do camburão ouvindo gritos de justiça entoados por manifestantes que aguardavam a sua saída.
Edevaldo Costa Leite foi preso em flagrante por feminicídio e pode cumprir pena de 12 a 30 anos de prisão.
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