• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

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Assassinato de idoso foi premeditado por família

Sexta-feira, 08 Maio de 2020 - 15:30 | Redação


Uma história macabra que parece filme de terror ou suspense, mas se trata de algo real. A morte de José Leonel Santos, 61 anos, atingido por um golpe de barra de ferro na cabeça, segundo a polícia, foi motivada pelo desejo de uma família de se apossar da casa que era do idoso, no Bairro Vila Nasser, em Campo Grande. Na noite desta terça-feira (7), a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) prendeu mãe e filha, Roselaine Tavares Gonçalves, 40 anos, e Yasmin Natasha Gonçalves Carvalho, 19 anos, em flagrante, acusadas de ajudar o patriarca da família, Cleber de Souza Carvalho, 43 anos, a matar a vítima e enterrá-la no quintal.

Conforme as investigações, José Leonel morava sozinho e administrava uma mercearia que fica na frente da casa. Nos fundos havia uma edícula para alugar. Na semana passada, antes do feriado do dia 1º de maio, Cleber de Souza Carvalho ajudou o idoso em uma pequena reforma prestando serviço de pedreiro e se interessou pelo imóvel.  A esposa dele, Roselaine Tavares, estava à procura de uma casa mais espaçosa, com um bom quintal.

Como achou o valor do aluguel alto, Cleber teve outra ideia para conquistar a casa dos sonhos e teria premeditado o assassinato. Em interrogatório, Yasmin contou à polícia que no início da madrugada do dia 2 de maio, no sábado, o pai foi com ela até a casa do idoso. José Leonel estava dormindo e ao ser surpreendido pelos dois suspeitos tentou fugir, correu até a cozinha, mas foi atingido por Cleber com uma barra de ferro na cabeça. Pai e filha deixaram o corpo na varanda, enquanto escolhiam um lugar para enterrá-lo.

Até a manhã de sábado, quando os dois arrastaram o corpo para uma pequena construção inacabada nos fundos da casa e enterram a vítima em uma cova rasa, jogando cal por cima para disfarçar o cheiro.

Casa Nova – Segundo o delegado titular da DEH, a vítima foi escolhida por Cleber pelo fato de se tratar de um idoso que tinha pouco contato com familiares, em Campo Grande. “A família de José Leonel é da Bahia, ele só tem uma irmã e uma filha aqui na Capital, com quem mantem contato esporádico, a cada 15 dias mais ou menos”, explicou Carlos Delano.

Acreditando que ninguém daria falta do idoso, a família limpou a casa, levou o cachorro de José Leonel para residência antiga deles e os três se mudaram definitivamente no domingo (3). Os vizinhos perceberam uma movimentação na casa, de repente. De acordo com a polícia, o casal e a filha chamaram parentes e amigos para mostrar a residência nova, celebrando a suposta compra do imóvel.

Denúncia – Segundo relato da vizinhança, José Leonel era bastante conhecido na rua. Ele foi visto por moradores pela última vez na noite de 29 de abril e desde de então, a mercearia da vítima permaneceu fechada. O que levantou a suspeita dos vizinhos.

Ontem (7), a irmã do idoso denunciou o desaparecimento dele a polícia. A mulher contou que outro irmão que mora na Bahia disse a ela que José Leonel estava estranho. Os dois se falavam diariamente por WhatsApp, mas nos últimos dias ele quase não respondia as mensagens. “Tudo indica que quem estava usando o celular da vítima para responder as mensagens era a família”, conforme o delegado.

A irmão foi até a casa de José Leonel, encontrou a família morando no imóvel e o carro dele ainda na garagem. Cleber inventou uma desculpa, disse a ela que idoso havia alugado a casa para ele por três meses e viajado para a Bahia. Desconfiada, ela procurou a polícia.

Durante a tarde, as investigadores foram até a casa da vítima e encontraram Yasmin. O casal estava trabalhando e ela ligou para os pais contando que a polícia aguardava. Roselaine chegou, sem o marido. As duas foram levadas para a delegacia, em depoimento acabaram entrando em contradição e confessaram o crime.

Mãe e filha foram presas em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver. A Polícia Civil solicitou à Justiça a prisão preventiva de Cleber e da filha por homicídio qualificado por motivo torpe. Cleber não foi localizado.

Informações sobre o paradeiro de Cleber de Souza Carvalho podem ser repassadas de forma anônima, via WhatsApp, a Delegacia de Homicídios pelo número: (67) 3318-9026.

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