Economia
Lula: não pode haver desoneração sem contrapartida a trabalhadores
Presidente falou ao deixar Riade com destino a Doha, no Catar
Quinta-feira, 30 Novembro de 2023 - 17:59 | Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (29), que não pode haver desoneração da folha de pagamento de empresas sem contrapartida aos trabalhadores. Lula está em viagem ao Oriente Médio e falou com jornalistas antes de deixar Riade, capital da Arábia Saudita, a caminho de Doha, no Catar.
“Não podemos fazer apenas desoneração sem dar contrapartida aos trabalhadores, eles precisam ganhar alguma coisa. A empresa deixa de contribuir sobre a folha e o trabalhador ganha o quê? Não tem nada escrito [na lei] que ele vai ganhar R$ 1 a mais no seu salário”, disse Lula.
Na semana passada, o presidente vetou integralmente o projeto de lei que pretendia estender até 2027 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e reduzir a contribuição para a Previdência Social paga por pequenos municípios. O texto previa manter a contribuição para a Previdência de setores intensivos em mão de obra entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta. A política beneficia principalmente o setor de serviços. Até 2011, a contribuição correspondia a 20% da folha de pagamento. Esse cálculo voltará a ser aplicado em janeiro.
Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o veto deve ser analisado pelo Congresso Nacional ainda este ano, e os parlamentares poderão mantê-lo ou derrubá-lo. O senador defendeu que o projeto aprovado é positivo para os empregos e que a desoneração é bem vista no Congresso Nacional.
Os 17 setores beneficiados são confecção e vestuário, calçados, construção civil, call center, comunicação, empresas de construção e obras de infraestrutura, couro, fabricação de veículos e carroçerias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, tecnologia da informação (TI), tecnologia de comunicação (TIC), projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviário de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas.
Alguns setores produtivos manifestaram preocupação com o veto e o consequente fim da desoneração. Mas, para o presidente Lula, a medida não garante a geração de empregos.
“Eu não sei se eles estão preocupados, não sei qual a razão, pelo fato de gerar mais emprego não foi porque não tem nada na lei que diz que vai gerar mais emprego se tiver desoneração”, disse Lula.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também defendeu o veto e disse que vai apresentar, ainda este ano, medidas para substituir a desoneração da folha. Para ele, a medida é inconstitucional e provoca distorções no sistema tributário, sem trazer ganhos efetivos à economia, como a geração de empregos.
Nesta quarta-feira, o presidente Lula também afirmou que trabalha em nova legislação sindical para o país.
“Estou, com dirigentes sindicais, com dirigentes dos empresários e governo, desde o começo do ano, negociando uma nova relação entre capital e trabalho no Brasil, uma nova legislação sindical; porque é ignorância daqueles que acham que um sindicato tem que ser enfraquecido para melhorar a vida do trabalhador. Quanto mais forte é um sindicato, mais forte será a democracia e mais forte será a empresa”, disse.
Últimas Notícias
- Bolsonaro - 11:09 Bolsonaro melhora após hidratação e tratamento medicamentoso
- Economia - 10:50 Procon divulga pesquisa de preços de produtos para pets em Três Lagoas
- Bataguassu - 10:25 Jovem de 25 anos morre durante treino em academia de Bataguassu
- Record TV - 10:10 Michelle Barros, Rayane Figliuzzi, Renata Muller e Saory Cardoso vão participar da prova do fazendeiro
- Adoção - 09:45 Abertas inscrições para nova turma do curso de preparação à adoção
- Setembro amarelo - 09:27 Suicídio é provocado por vários fatores
- "Forasteiros" - 09:00 Operação prende trio por tráfico e apreende ilícito na Capital
- Charge - 08:27 Paciente depreda UPA, furta cadeira de rodas e agride ciclista
- Centro Pop - 08:27 MPMS multa prefeitura por má gestão
- Poder Judiciário - 08:00 Justiça Federal realiza atendimentos no Rio Paraguai em MS