Polícia
Mesmo com versão do “chip da besta”, polícia não acredita em insanidade de mãe que afogou bebê
Amigas e ex-companheiro da mulher falam sobre “surtos” e “atitude reclusa nos últimos dias”
Quarta-feira, 23 Junho de 2021 - 18:00 | Redação

A DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) ouviu testemunhas e esteve na casa onde a mulher de 21 anos que confessou ter matado a filha de 5 meses afogada, vivia com a criança na Vila Jacy, em Campo Grande. A mãe está presa desde a noite desta terça-feira (22), quando o crime foi descoberto.
A delegada Elaine Benicasa, responsável pelas investigações, informou que em novo interrogatório, na manhã de hoje (23), a mulher preferiu permanecer a maior parte do tempo em silêncio, mas descreveu a forma como matou a bebê asfixiada, ao colocar a menina embaixo de um cano d'água, no lugar onde deveria ter um chuveiro, no banheiro da casa.
Depois de assassinar a filha, a mulher foi até a casa de duas amigas do bairro, empurrando pela rua o carrinho com a bebê morta dentro dele. No local, ela jantou, tomou cerveja e conversou normalmente, até que as mulheres estranharam o silêncio da criança e perceberam que ela estava morta.

“Foi dito logo após a prisão que a mãe estaria em surto ou efeito de drogas. Nesta manhã, nós recebemos o caso e fomos ouvi-la novamente. Ela se cala e, em muitos momentos, sugere que tem problemas psiquiátricos. Mas eu acredito que não. A autora me pareceu lúcida e chegou até a se emocionar, perguntou se havíamos feito DNA na criança, manifestando entendimento”, explicou a delegada.
Até agora, conforme apuração da polícia, a mãe estava sozinha com a bebê em casa e, na parte da tarde, o vizinho ouviu barulho do chuveiro ligado por muito tempo. Ele bateu na porta para saber se era algum vazamento e não foi atendido, então desligou o registro.
O pai da criança disse que na manhã de terça-feira foi até a casa para ver como estava a bebê, mas a ex-mulher não abria a porta. Ele contou que, do lado de fora, ouviu a autora brincando com a filha e foi embora.

Depois, no período da noite, a mãe foi encontrar as amigas até que o caso chegou as autoridades.
“As amigas notaram que a criança estava morta dentro do carrinho e quando questionavam a mãe o que havia acontecido, ela gargalhava”, segundo Benicasa.
A mulher tem outros dois filhos de 2 e 4 anos, além da bebê, que moram com a avó materna. Ela não estava trabalhando atualmente e vivia com a ajuda de parentes e conhecidos.

Estupro de vulnerável - Os médicos denunciaram que a criança estava com lesões no órgão genital e no ânus, o que leva a crer que a bebê também foi vítima de estupro de vulnerável. No primeiro interrogatório, a autora disse que quando a menina tinha três meses a levou num posto de saúde e foi informada pelo médico que a filha tinha o canal vaginal fechado. Para resolver o problema, a mãe teria que passar uma pomada, mas como não tinha condições de comprar, ela preferiu usar um palito para abrir o canal vaginal da bebê.
Segundo a autora, isso aconteceu apenas uma vez e ela não soube dizer quando, mas negou o estupro.
Matou por causa do "CHIP DA BESTA" - Neste primeiro interrogatório depois da prisão, a mulher disse algo que surpreendeu os policiais. Afirmou que decidiu matar a criança porque “sabia que ela estava com o chip da besta na cabeça” e soube disso quando a filha tinha dois meses, depois que “viu o sinal da cruz no bairro Guanandi”.O chip teria sido colocado na cabeça da criança, quando ela tomou as vacinas na maternidade, segundo a mulher.

Ao perceber que a menina perdia os sentidos, ela teria feito respiração boca-a-boca, mas “notou que não havia mais jeito”. Depois, a mãe se deitou com a criança morta por um tempo, até decidir sair.
Segundo a delegada, “há relatos de que há alguns dias a autora andava reclusa, não atendia celular e nem recebia as pessoas em casa. Ela também teria dito as amigas que estava sendo perseguida e, às vezes, tinha surtos violentos, sem motivo aparente”.
A mulher segue presa por homicídio simples e estupro de vulnerável. A DEPCA irá seguir com as outivas de testemunhas e analisar as imagens das câmeras de segurança da rua para verificar se havia mais alguém na casa, ao longo da terça-feira.
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