Polícia
Familiares de Marcos Borges não acreditam em versão de massagista
Chargista foi sepultado nesta terça, uma semana após corpo ser encontrado carbonizado em malas
Terça-feira, 01 Dezembro de 2020 - 18:00 | Redação

"Uma família destroçada pela dor", foi assim que a nora de Marco Antônio Rosa Borges, 54 anos, descreveu como eles têm sobrevivido os últimos dias, durante o velório e sepultamento do chargista, realizado na tarde desta terça-feira (1°), em Campo Grande.
Com o caixão fechado, o velório seguiu com olhares incrédulos, conversas em tom baixo e completa discrição para que os pais de Marco Antônio, idosos de 80 e 85 anos, não soubessem detalhes do crime bárbaro que tirou a vida do filho deles.
A prisão da assassina confessa, que matou o chargista a facadas, esquartejou e carbonizou o corpo em malas, com a ajuda do filho de 21 anos, não é suficiente para trazer paz aos familiares da vítima. " É uma feriada que nunca vai se fechar, ainda mais pela maneira como aconteceu. Ninguém tem o direito de tirar a vida de uma pessoa", contou Camila Farias, esposa do único filho de Marcos Borges (como o chargista assinava).
O relacionamento de Clarice Silvestre e o chargista era completamente desconhecido para os familiares, até seu desaparecimento. "Meu marido soube dela porque tinha a senha do Facebook do pai e viu uma foto dos dois juntos, mas entes disso ele nunca comentou nada”, explicou Camila sobre a chocante surpresa da família ao descobrir que a massagista havia assassinado Marco Antônio.
Apesar de não conhecer ou saber nada sobre a mulher que matou seu sogro, Camila descreveu um homem que não seria capaz de agredir alguém, contestando a versão apresentada pela massagista a polícia de que a vítima teria desferido dois tapas em seu rosto.
"Ele era muito tranquilo, nunca foi agressivo e jamais faria isso. Estou com meu marido há 4 anos e nunca o vi gritar ou se exaltar com alguma coisa".
Bem-humorado e criativo, o desenho sempre foi uma paixão. Segundo a nora, Marcos Borges começou a desenhar ainda na infância, no chão do quintal da chácara onde vivia com os pais.

O marido de Camila, Kelvis Antônio Borges, era filho único. O chargista ainda deixou um netinho de um ano e cinco meses. “Ele era enlouquecido pelo neto, muito amigo do filho, os dois adoravam sair juntos”.
Marco Antônio tinha irmãos, mas morava com os pais idosos para cuidar deles. Como tinha um forte vínculo com eles e por conta da idade avançada, os familiares prefeririam preservar o casal e não detalhar a morte. “Não estamos ligando TV e não conseguimos ler as reportagens também. Agora, esperamos que ela (assassina) permaneça presa e que o filho dela, caso tenha mesmo ajudado no crime, também seja responsabilizado”, desabafou a nora.
O velório foi realizado depois da missa de 7º dia e uma semana após os restos mortas da vítima serem encontrados carbonizados nas malas. Foi preciso esperar o resultado do exame de DNA para a liberação do corpo. Familiares e amigos vestiam uma camiseta com a charge do rosto de Marcos Borges e um agradecimento.

Desaparecimento – O assassinato de Marco Antônio Borges foi descoberto no dia 24 de novembro, quando a massagista procurou a Polícia Militar e confessou o crime. O chargista estava desaparecido desde sábado (21 de novembro) e familiares, polícia e imprensa se mobilizaram na tentativa de localiza-lo.
O filho do chargista contou aos policiais que o pai saiu no sábado de manhã para ir até a casa da suspeita no Bairro Monte Castelo, onde ela também atende os clientes. Imagens das câmeras de segurança mostraram Marcos Antônio a menos de 10 metros da casa dela, caminhando tranquilamente. Dando a entender que ele entrou no imóvel. Porém, ele não foi visto saindo da casa.
No domingo (22), a polícia foi até a casa de Clarice e encontrou manchas no colchão do quarto dela. Questionada, ela se manteve fria e disse que o cachorro havia vomitado em cima da cama. Ela também negou que havia encontrado o chargista no sábado.
Familiares se consolam durante despedida a Marcos Borges (Foto: Marco Miatelo)
Clarice foi até São Gabriel do Oeste para confessar o crime, três dias depois. Em depoimento, ela disse que tinha um relacionamento com Marco Antônio há cerca de 9 meses, mas segundo a massagista, o “namoro” não era assumido, o que a incomodava.
Na sexta à noite, Marco Antônio saiu com amigos e publicou no Facebook uma foto da turma, onde ele estava ao lado de outra mulher. Clarice viu e ficou com ciúmes. Na manhã do dia seguinte, ele chegou à casa dela antes das 8 horas. Depois de uma sessão de massagem foi até o andar superior do sobrado onde a mulher morava, para tomar banho e quando terminou, ela passou a questioná-lo sobre a foto.
A assassina afirma que Marco Antônio se irritou e teria dado dois tapas no rosto dela que, com raiva, o empurrou da escada. Antes que ele pudesse levantar, Clarice pegou uma faca na cozinha e desferiu vários golpes.
Apesar de parecer arrependida na delegacia, a mulher ficou quase 10 horas com o corpo em casa, esperando o filho dela para ajudar a se desfazer do cadáver. Neste intervalo foi comprar sacos de lixo e depois foi ao bar que fica na esquina. Deixando tudo preparado para que o filho ajudasse a esquartejar o corpo e colocar nas malas. Enquanto o rapaz fazia o serviço, ela limpava a sujeira. Só na madrugada, eles levaram as malas a casa abandonada e colocaram fogo.

Clarice foi indiciada por homicídio qualificado por motivo torpe, ocultação e vilipêndio de cadáver e segue presa temporariamente até o fim das investigações. O filho dela foi acusado de ocultação e vilipêndio de cadáver e está em liberdade.
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