Cobrança por R$ 200 terminou em briga e morte de professor universitário

Uma briga por R$ 200 terminou na morte brutal do professor universitário Roberto Figueiredo, de 68 anos. Ele estava sendo cobrado por um adolescente de 17 anos que informou que mantinha relacionamento íntimo com a vítima. Os dois discutiram e o garoto o matou a facada e paulada dentro da casa da vítima  no Bairro Alto São Francisco, em Campo Grande (MS) na manhã nesta sexta-feira, 13.

Esse novo detalhe sobre o caso que chocou a Capital foi repassado pelo tenente-coronel Rigoberto Rocha, comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, durante entrevista à imprensa no final desta tarde. Segundo o militar, o autor confessou o crime de maneira muito fria.

"(...) Ele fala que tinha uma relação com a vítima há cerca de 5 meses e nesse dia, nessa madrugada, ele estava cobrando uma quantia de 200 reais da vítima que se negou a pagar, segundo ele, e aí eles entraram em vias de fato. O adolescente utiliza um copo de vidro com o qual disfere golpes na cabeça do professor, que cai e com uma facada, com uma facada fatal, acerta o pescoço da vítima", relata.

Após o assassinato,  o adolescente pegou, além do veículo Jeep Renegade, o notebook, a televisão e os cartões da vítima. "Começa a deslocar pela Capital, passa num endereço, pega uma amiga, uma amiga entrando no veículo, passa um outro endereço, um outro indivíduo também entrando no veículo e ali passam a deslocar consumindo bebida, utilizando o próprio cartão para fazer compras de bebidas, entorpecentes, trocam os objetos que foram roubados por entorpecentes", detalha.

Em dado momento, o carro foi repassado ao amigo de 22 anos que estava no carro e este continuou transitando pela cidade, até ser localizado por uma equipe de patrulhamento no Bairro Aero Rancho. Ele não resistiu à abordagem e respondeu todos os questionamentos da polícia, inclusive, revelando ter recebido o carro do adolescente que o tomou após o crime de latrocínio.

O tenente-coronel disse que a localização do veículo horas depois do crime se deve ao fato de a polícia estar bem localizada e distribuída. "É bom, é até o recado com a criminalidade. Mais do que nunca a gente tem condição técnica, doutrinária e tecnológica de chegar ao criminoso. Ele não vai vencer, já não está vencendo e vai ficar mais difícil ainda. Hoje com estrutura maior, com rádio patrulhamento mais intenso, cercando e o Batalhão de Choque é sendo empregado quando o crime foge dessa normalidade. Foi o caso desse latrocínio", enfatizou.

O amigo de 22 anos que dirigia o carro já tinha passagens criminais. Agora, ele está preso em flagrante pelo crime de receptação e adulteração de veículo automotor. 
Já o adolescente está apreendido por ato infracional análogo ao crime de latrocínio. Ele foi localizado pelo Choque na casa de familiares no Bairro Caiobá. A família não sabia do crime.

Durante depoimento, o adolescente admitiu que usa drogas, porém, não tinha consumido entorpecentes antes do crime, apenas depois. O adolescente e o amigo estão temporariamente recolhidos na Depac Cepol.

Já sobre a moça que esteve com eles no veículo, a polícia considera que ela teve uma participação menor, pois participou apenas da farra com os cartões do professor. Ela ainda não foi localizada, mas deverá ser chamada para prestar depoimento.

A família do professor ainda está decidindo sobre os funerais que deverão ser realizados neste sábado, 14 de Dezembro, em Campo Grande. porém, não estão definidos local e horário.