Plantão Saúde
Estudo mostra que acelerar a vacinação infantil pode salvar vidas
Pesquisa mostra como seria a situação do país caso fossem aplicadas 1 milhão de doses por dia
Quinta-feira, 17 Fevereiro de 2022 - 16:52 | Isabela Duarte

Uma nota técnica publicada pelo Grupo de Modelagem da Dinâmica de Transmissão do SARS-CoV-2 no Brasil afirma que se o ritmo da vacinação infantil fosse aumentado para 1 milhão de doses ao dia, mais vidas seriam salvas até abril.
O Grupo é formado por pesquisadores de diversas instituições e recebe apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
No ritmo atual de vacinação, com 250 mil doses por dia, pesquisadores estimam que 1.092 vidas de todas as idades serão salvas até abril e 5,7 mil pessoas deixarão de ser internadas com a doença.
Se forem consideradas apenas as crianças de 5 a 11 anos, o estudo estima que cerca de 2,3 mil internações deixarão de acontecer e 182 vidas serão salvas.
Contudo, se desde janeiro fossem aplicadas 1 milhão de doses por dia, patamar que o Programa Nacional de Imunizações já conseguiu atingir em outras campanhas de vacinação infantil, o número de vidas salvas até abril subiria para 3 mil em todas as faixas etárias.
Desse número, 428 mortes evitadas em crianças de 5 a 11 anos e, segundo as estimativas, 5.419 hospitalizações de crianças deixariam de acontecer, além de 14 mil internações evitadas em todas as idades.
A coordenadora da pesquisa e integrante do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da Organização Mundial da Saúde (Sage/OMS), Cristiana Toscano, afirma que se o cenário mudasse para o de ritmo ideal, ainda seria possível chegar a um número de 1,9 mil mortes evitadas em todas as faixas etárias até abril.
Em relação às vítimas infantis, seriam 246 a menos, em vez de 182 na projeção do ritmo atual. Os números de internações evitadas subiria de 5,7 mil para 8,4 mil em todas as faixas etárias, e de 2,3 mil para 3 mil entre as crianças.
Desinformação - a pesquisadora esclarece que a vacinação de uma faixa etária específica tem o potencial de salvar vidas de todas as idades porque pessoas imunizadas transmitem menos o vírus quando são infectadas.
"Em muitos locais, há vacinas disponíveis e parte dos pais ainda tem insegurança e hesitação e não está procurando os postos para vacinar as crianças", afirma a pesquisadora, que também é representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) em Goiás.
Com a circulação da variante Ômicron, muito mais transmissível, Cristiana destaca que o grande número de casos tornou as internações infantis por covid-19 mais frequentes.
"A população ainda está com uma percepção de que doença grave em criança não vai acontecer. E não é bem assim. Só no mês de janeiro, o número de hospitalizações triplicou em crianças e adolescentes. E não é só no Brasil", explica.
Mais benefícios - ainda que o estudo aponte que um ritmo mais intenso de vacinação poderia salvar até o triplo de vidas no curto prazo, o benefício desse cenário de imunização acelerada ainda pode ser ainda maior.
Cristiana Toscano explica que o estudo não considerou os casos que poderiam ser evitados de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, complicação da covid-19 mais comum em crianças, nem os riscos de sequelas e casos de covid-19 longa.
Com a vacinação de crianças em curso em dezenas de países, a infectologista reforça que a segurança das vacinas têm sido confirmada ao redor do mundo com a observação de mais de 40 milhões de doses aplicadas.
Ela ressalta que casos de eventos adversos mais graves, como a miocardite ou a trombose, têm se mostrado extremamente raros. Além disso, a própria covid-19 causa essas complicações com muito mais frequência.
Impacto na economia - com a redução de mortes e internações por covid-19, a vacinação mais acelerada poderia reduzir os custos com o tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus.
Segundo a pesquisa, no ritmo lento, a vacinação de crianças pode evitar um custo de quase R$ 60 milhões com internações de doentes de todas as faixas etárias.
Essa economia poderia chegar a R$ 87 milhões até abril se o ritmo subisse para 1 milhão de doses por dia. Caso o cenário ideal tivesse ocorrido desde o início, poderiam ser evitados R$ 146 milhões em custos de internação.
(Com informações de Agência Brasil)
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