Interior
Toque de recolher derruba 80% do faturamento do comércio noturno
Comerciantes temem fechar as portas. Porém, é a única forma de amenizar "colapso" na saúde
Domingo, 21 Março de 2021 - 15:32 | Thiago Brites

O toque de recolher com horário reduzido às 20h já causa reflexos significativos no comércio noturno. Em Dourados, empresários calculam queda de 80% no faturamento e temem ter que fechar as portas. Como forma de protesto ao decreto, mais de 50 estabelecimentos tiveram uma faixa anexada com os dizeres: "Nosso trabalho é essencial! Precisamos levar o pão para dentro de casa! Portas irão fechar e não conseguirão abrir novamente! Comércio Noturno pede socorro!".
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/Sul) Marcos Eneias Pereira Santos, explica que é extremamente prejudicial para a categoria abrir o estabelecimento às 18h para funcionar até basicamente às 19h30. Segundo ele, a consequência será centenas de pais de família desempregados. "O impacto do novo decreto é as demissões e falências de muitos estabelecimentos que já vinham com dificuldades e endividamentos do decorrer do ano passado. Então funcionar até as 20h é definitivamente fechar a empresa sem retornar", afirma.
A associação informou ainda que baseado no decreto do ano passado que perdurou aproximadamente 70 dias, o delivery representou apenas 20% das vendas. Caso o estabelecimento não abra de noite a queda de faturamento é aproximadamente 80%. Luiz Felipe Alves Cassemiro é sócio proprietário do Restaurante Benedetto. Para ele, o decreto causará um efeito dominó, pois as contas de luz, água, aluguel e colaboradores não diminuem, enquanto, por outro lado não há faturamento, a solução para alguns empresários é reduzir despesas. "É aí que começa a refletir na liberação de mão de obra para tentar manter as portas abertas", argumenta o empresário.
"Como o horário de funcionamento do restaurante se inicia às19h para atendermos até às 20h, fica muito difícil e inviável abrir o salão para nossos clientes, então resolvemos abrir às 18h e fechar às 20h como exige o decreto. Sabemos que os clientes não saem pra jantar às 19h, isso nos limita bastante e complica nossa situação financeira com os fornecedores e equipe de trabalho. O custo para se ter um estabelecimento aberto é muito alto, não temos recursos que ajudem os empresários a manter suas empresas com as portas abertas", acrescenta.
Saúde
A médica infectologista Renata Praça Longhi – em entrevista nas redes sociais do Jornal O PROGRESSO, destacou que desde que a pandemia começou, agora é o momento mais crítico no Brasil. O toque de recolher das 20h às 5h, de acordo com o decreto municipal, tem o papel de evitar as aglomerações, entretanto, alguns comerciantes tem sentido o impacto econômico na vida financeira de suas empresas.
Para o Ministério da Saúde o isolamento social é preciso. Essa medida de saúde pública evita a dispersão e contaminação do COVID-19. "Se sabe, com comprovação científica, que o isolamento e a diminuição da circulação de pessoas, reflete diretamente nos números de internações e mortes", alertou recentemente a Prefeitura de Dourados. Para conter a disseminação do vírus, causada pela imprudência, desrespeito e aglomerações, faz-se necessário medidas mais rigorosas e efetivas.
Entenda o caso
A polêmica começou quando na semana passada, a Prefeitura de Dourados divulgou no Diário Oficial o novo decreto n° 175, de 11 de março de 2021, que entrou em vigor no dia 14 de março e tem vigência até o dia 27 de março. A decisão acompanhou as orientações do Governo do Estado previstas no Decreto Estadual nº 15.632 de 09 de março de 2021, para diminuir o número de novos casos e a lotação dos leitos de UTI.
Prefeitura de Dourados
Praticamente não houve adaptações no decreto de Dourados, o município está seguindo à risca o decreto estadual e segundo a prefeitura apenas algumas medidas mais restritivas, que já estavam em vigor anteriormente, foram mantidas, como por exemplo o fechamento de parques. A prefeitura informou ainda ao Jornal O PROGRESSO, que está muito sensível à situação dos empresários que atuam com bares, restaurantes e eventos. Entende a importância do segmento para a economia da cidade e para a geração de empregos.
Fonte: Dourados Agora
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