Voltado aos idosos, projeto Ativa Idade completa 12 anos na Capital

Como queremos envelhecer? E se aos 60, 70, 80, 90 anos estivermos ativos cantando, dançando, exercitando e, até mesmo, se apresentando num palco? O projeto Ativa Idade, da Fundação Manoel de Barros, tem sido a oportunidade e o ´remédio´, para centenas de pessoas idosas que têm escolhido envelhecer de forma ativa, com alegria e qualidade de vida. Mais do que um projeto, ´um esticador de horizontes´ como diz Manoel de Barros no poema ´Bernardo é quase uma árvore´.

“Iniciamos o projeto Ativa Idade em 2013 com o objetivo de fortalecer a pessoa idosa, para evitar que ela tivesse quedas, acidentes. E aí com o tempo vieram os outros ´fortalecimentos´: o psicológico, o emocional, o social e o familiar. Neste mês de maio completamos 12 anos e foi uma caminhada desde 2013; começamos com 7 pessoas e hoje estamos com 137 inscritos”, celebra Marcos Henrique Marques, diretor da Fundação Manoel de Barros.

Com o slogan ´para jovens acima de 55 anos´ o Ativa Idade busca resgatar e valorizar o papel social da pessoa idosa e da pessoa com idade intermediária acima de 55 anos, por meio de atividades como Canto, Ginástica e Dança, Pilates, Tai Chi Chuan, Inclusão Digital, Academia e Teatro. Os participantes também têm acesso a oficinas, passeios, atendimento psicológico individual e encontros em grupo como o ´Memórias Afetivas´.

“Nosso propósito é promover a autoestima e a autoconfiança da pessoa idosa, para que ela seja mais participativa na sociedade e em sua família, buscando restabelecer e/ou fortalecer o vínculo familiar e social. Acreditamos muito numa máxima que diz: ´O seu mundo muda quando você muda!”, destaca o diretor.

Um remédio! O diretor da Fundação Manoel de Barros conta que o projeto Ativa Idade passou até a ser indicado por médicos no combate a questões envolvendo a saúde mental: “Temos histórias de pessoas que estavam tomando uma certa quantidade de medicamentos. E, com o nosso trabalho e o acompanhamento médico, o médico percebeu que a aquela pessoa não precisava tomar tudo aquilo porque ela tinha preenchido um lado que estava vazio. O médico de uma participante passou a indicar o projeto como suporte no tratamento”.

A participante Maria Antonieta Marques Garcia, de 75 anos, por exemplo, descreve que superou a depressão ao se dedicar as atividades de dança e ginástica, coral, tai chi chuan e teatro. “A gente cria novas amizades, novos contatos e podemos dar um ´xó´ pra tristeza, pra solidão, pra depressão; porque aqui encontramos muito carinho, um acolhimento assim perfeito. Meus familiares gostam muito, ficam mais tranquilos com o meu viver porque tem dois anos que fiquei viúva. No primeiro ano eu não participei, mas aí eu retornei e até tarja preta foi embora”, comemora.

Aos 57 anos, Nilcélia Zottino, é uma das mais jovens do grupo. Ela detalha que aos 53 anos começou a ter depressão e logo procurou o projeto: “Eu vim e vi que realmente esse é um lugar pra eu continuar por muitos anos. A partir do momento que cheguei e fui acolhida com muito amor e carinho por todas as pessoas que estavam no projeto há anos, senhoras bem mais velhas que eu, realmente percebi que era o lugar onde deveria estar; até mesmo pra eu estar bem como elas no meu futuro. Todo dia aprendo com elas. Quando deu um ano que eu estava aqui já fui melhorando da depressão, hoje posso dizer que o projeto me curou”.

Um esticador de horizontes! Para muitos o projeto é como uma segunda casa, um ambiente acolhedor, uma oportunidade de crescimento. Prestes a completar 79 anos, Ozias Jorge da Silva, é usuário assíduo das aulas de dança e ginástica, coral e tai chi chuan. Ele relembra que iniciou o projeto em 2015, ao lado da esposa: “Participava junto com a minha esposa, até que Deus me levou ela. Fiquei sozinho, sem saber como ia voltar, mas com muito custo, voltei. Aqui a gente é muito bem recebido, temos boas amizades, o importante é isso!”.

Já para Leonice Lemos de Souza, de 61 anos, o projeto é a oportunidade de fazer atividades que ela gosta e de se desenvolver. “O prazer de estar aqui, um lugar acolhedor; conviver com pessoas (cada uma com a sua história!); os professores maravilhosos; passar o tempo pra não ficar em casa só vendo televisão (fazendo coisas de casa); então é uma distração e um crescimento pessoal”, finaliza.

Mais informações sobre o projeto Ativa Idade em www.fmb.org.br/, pelos telefones (67) 98166-0166 e (67) 98143-5679 e, pelas redes sociais; Facebook e Instagram.