• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

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Rodoviária antiga aguarda renascimento

Segunda-feira, 11 Novembro de 2019 - 14:14 | Redação


A antiga rodoviária de Campo Grande, Terminal Heitor Eduardo Laburu, no Bairro Amambai, começou a reviver o sonho de renascimento no início deste mês quando a prefeitura lançou a licitação para contratar o projeto de revitalização do local. A divulgação de que os novos tempos enfim chegarão já está fazendo a vida ressurgir no estabelecimento, mesmo antes de as obras começarem. "Desde que a notícia se espalhou as coisas começaram a mudar, vendemos três salas e locamos outras três", revela a síndica Rosane Nely de Lima.

O prédio de 30 mil metros quadrados é público e privado. As partes externas pertencem à prefeitura e o miolo é particular. Assim, ambas partes farão o seu papel. Cada proprietário vai fazer adequação no seu estabelecimento e ainda contribuir para melhorias nas áreas comuns. A prefeitura vai revitalizar seis mil metros quadrados e instalar repartições com maior potencial de atendimento público, como a Secretaria de Turismo e a Fundação de Trabalho, por exemplo.

Os outros 24 mil metros quadrados pertencem a 90 proprietários particulares. O prédio tem 233 salas comerciais e atualmente apenas 40 estão funcionando. Há ainda duas salas de cinema fechadas, com grande possibilidade de se tornarem centros de convenções ou teatros populares. "É um local com grande potencial, mas sem a prefeitura, sem a revitalização, ninguém entrava no prédio. Agora, estamos com muita esperança de que isso vai mudar", comenta Rosane.

A promessa de revitalização é antiga, mas nunca aconteceu na prática. Com o passar do tempo, além da deterioração visível na parte externa do prédio, o local virou endereço de grave problema social. Usuários de drogas passaram a fazer morada nas dependências do prédio, onde brigas e crimes se tornaram comuns. A Guarda Municipal e a Polícia Militar fazem frequentes ações no entorno, mas o trabalho da segurança pública, por si só não muda o cenário que carece de mudanças mais profundas.

O terminal rodoviário foi desativado há quase 10 anos, em 1 de fevereiro de 2010, com a inauguração da nova rodoviária da cidade, na saída para São Paulo. Sem o movimento de passageiros e trabalhadores das empresas de ônibus, o estabelecimento entrou em decadência. Lojas começaram a fechar e o local passou a ser apontado como o retrato do abandono.

"Nesta época, nós comerciantes já alertávamos que fechar essa antiga rodoviária sem planejamento resultaria em um impacto social muito grande e realmente foi o que aconteceu", comenta a síndica. Rosane Nely manteve um restaurante dentro do terminal por 28 anos e atualmente tem um bar nas proximidades.

Ela, que também é presidente da Associação dos Moradores do Bairro Amambai, nunca abandonou a luta pela revitalização da antiga rodoviária. "Quando a atual gestão municipal assumiu em 2017, nós fomos até o prefeito nos primeiros dias da administração e apresentamos um projeto. Diante da abertura da licitação, estamos muito otimistas", afirma.

A expectativa dos comerciantes é de que vencidos todos os prazos das licitações, as obras de revitalização comecem no mês de Junho ou Julho de 2020. Conforme Rasane, cada um dos 40 comércios abertos no local gera três empregos diretos. "O prédio passou muitos anos desacreditado. Agora, o olhar em relação a ele já começa a mudar", valoriza.

Licitação - As empresas interessadas em fazer o projeto básico,  executivo e complementares da revitalização devem entregar as propostas até 17 horas do dia 18 novembro, na Rua Manoel Secco Tomé, 143, sede da UGP (Unidade Gestora do Programa).

Os projetos serão custeados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com recursos  contratados para o Programa  Integrado – Viva Campo Grande II.   A empresa selecionada terá 90 dias, a partir da assinatura da ordem de serviço, para concluir os projetos, que devem ser  entregues até março de 2020 na Caixa Econômica Federal.

O projeto de  revitalização das duas plataformas de embarque e desembarque  da antiga rodoviária,  orçado em R$ 22 milhões,  foi pré-selecionado  em agosto pelo  Ministério do Ministério do Desenvolvimento Regional. Segundo a coordenadora  Especial da Central de Projetos, Catiana Sabatin, com a apresentação do projeto executivo, a Prefeitura cumprirá uma etapa  para dar continuidade ao processo de liberação dos recursos.

“Nosso projeto será de ocupação, para levar gente ao local. Levar vida para a região, que tem uma rede hoteleira bem interessante para fomentar o turismo. O Bairro Amambai é de uma importância histórica para a cidade e com a revitalização também conseguimos resolver problemas de segurança na região”, explica  Catiana Sabadin.

Conforme a prefeitura, todo o entorno do antigo terminal receberá obras de recapeamento, nova iluminação, dentro da segunda etapa do Reviva Campo Grande. Está programada a requalificação das ruas Vasconcelos Fernandes, Joaquim Nabuco, Dom Aquino e Barão de Branco.   O novo plano diretor, em vigor desde agosto, também contempla medidas para incentivar investimentos na região que atraem maior público, como a instalação de uma universidade, por exemplo.

(Com informações da assessoria de imprensa da prefeitura de Campo Grande)

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