Projeto perfura dez poços freáticos em comunidades indígenas de Dourados

Nos últimos cinco meses, dez poços freáticos foram perfurados em comunidades indígenas de Dourados e região, por meio do Projeto de Extensão Ânimo - Ñande Retea’e, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI). A meta é perfurar mais dez poços nos próximos quatro meses.

As comunidades beneficiadas até o momento foram Yvu Verá (2 poços), Nhu Verá Guassu (4), Itay (1), Nhu Verá 2 (1), Nhu Verá 1 (1) e Araticuty (1). Os poços estão promovendo acesso à água potável, além de possibilitar a produção de alimentos com foco em práticas agroecológicas. Já estão sendo cultivadas hortaliças, mandioca e variedades tradicionais de milho, com acompanhamento técnico da equipe do projeto. Também está sendo feita a distribuição de sementes crioulas.

Cada poço tem capacidade para atender até 15 moradias, ou cerca de 100 pessoas, sendo estruturas de baixo custo e adequadas a áreas com menor adensamento populacional. O modelo, no entanto, não é suficiente para atender comunidades maiores, como as aldeias Jaguapiru e Bororó.

Criado em 2021, durante a pandemia da Covid-19, o Projeto Ânimo visa garantir o acesso à água e promover a soberania alimentar de povos indígenas em retomadas. Desde então, aproximadamente 30 poços foram perfurados em fases anteriores, com apoio de campanhas e parceiros.

Em 2023, o projeto adquiriu uma nova máquina perfuratriz com recursos próprios e, em dezembro do mesmo ano, recebeu novo aporte de R$ 575 mil do MPI, destinados à perfuração de mais 20 poços. As ações foram retomadas em outubro de 2024, com ajustes técnicos concluídos ao longo dos meses seguintes.

Imagens das perfurações e das instalações estão disponíveis no perfil do projeto no Instagram: @nande.reteae.