• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

Geral

Pedreiro matou ao menos sete e enterrou corpos

Sábado, 16 Maio de 2020 - 13:15 | Redação


O pedreiro Cleber de Souza Carvalho, de 43 anos, matou friamente e sepultou os corpos de ao menos sete pessoas, em Campo Grande. O sétimo cadáver foi localizado pela polícia neste sábado, 16 de Maio, na Vila Planalto. Os investigadores ainda não sabem ao certo quantos homicídios o pedreiro praticou, mas não descartam a existência de mais vítimas. Ele está preso e segue confessando os assassinatos e revelando os endereços dos corpos.

O mais recente corpo encontrado é o do aposentado Timóteo Pontes Romã, de 62 anos. Ele foi morto, possivelmente a pauladas, na casa onde vivia na Rua Netuno, na Vila Planalto, em Campo Grande. O corpo dele foi enterrado por Cleber em um poço nos fundos da residência.

Familiares do aposentado foram ao endereço neste sábado procurar por ele que não respondia mensagens há quase duas semanas. Um parente percebeu um cheiro estranho vindo do poço e acionou a polícia que encontrou o cadáver. O pedreiro confirmou a autoria do crime. Ele teria praticado o assassinato enquanto executava um serviço na casa.

O autor ainda não esclareceu os motivos que o levaram a matar Timóteo, mas, segundo a polícia, nos demais casos, ele agiu por motivações materiais, na maioria das vezes, para ficar com os bens da vítima. A polícia apura se Cleber sabia que o aposentado tinha recebido um acerto de um ex-empregador.

Prisão - O pedreiro Cleber de Souza Carvalho foi preso na madrugada de sexta-feira, 15 de Maio. Inicialmente, ele era procurado pelo assassinato do comerciante José Leonel Ferreira, 61 anos, o qual matou para ficar com a residência dele, na Vila Nasser.

O crime praticado com uma barra de ferro teve a participação da esposa e da filha, que teriam ajudado a ocultar o corpo. As duas foram presas, contudo, a mulher conseguiu benefício da tornozeleira eletrônica e segue monitorada.

O pedreiro decidiu matar o comerciante porque a esposa queria uma casa maior para morar. Assim, executou o José Leonel e se apossou do imóvel dele. A polícia encontrou mãe e filha morando na casa, enquanto, Cleber fugiu, sendo preso dias depois na casa de um parente no Bairro Campo Belo.

A descoberta da trama para tomar a casa da vítima por si só foi chocante. Contudo, após a prisão do pedreiro, outros assassinatos vieram à tona, confessados pelo próprio Cleber, que desde as primeiras horas da prisão passou a indicar locais onde havia sepultado os corpos.

Os casos ocorreram em vários bairros da Capital onde  Cleber prestava os serviços como pedreiro. Ele geralmente matava homens que viviam sozinhos e, na maior parte das vezes, ficava com os bens materiais deles.

Corpos - Outro corpo localizado foi o Claudionor Longo Xavier que estava desaparecido desde Abril de 2019. As escavações foram realizadas na noite desta sexta-feira, 15 de Maio, em área no Portal Panamá. O pedreiro revelou ter assassinado a vítima a pauladas e ficado com a motocicleta de Claudionor, a qual vendeu pela internet.

Cleber conheceu a vítima ao prestar serviços na chácara onde ela trabalhava. Os dois teriam feito negócios juntos e depois se desentendido por causa de dinheiro, o que motivou o assassinato. Quando desapareceu, Claudionor tinha 47 anos.

Outro corpo localizado foi o do idoso Hélio Taíra, 73 anos, desaparecido desde 26 de novembro de 2016. O cadáver foi encontrado em uma casa na Vila Planalto, próximo a lavanderia, em uma parte concretada, a aproximadamente 50 centímetros de profundidade. Foi o próprio Cleber quem levou a polícia até lá.

Conforme as investigações, o idoso havia sido contratado por Cleber para capinar um lote. O pedreiro alega que houve uma discussão e ele matou Hélio com um golpe na cabeça e o enterrou na residência onde estava fazendo uma obra. A família que mora no imóvel não tem ligação com os fatos.

Em seguida, a polícia foi até uma casa na Rua Corredor Público, no Bairro Alto Sumaré, onde Cleber indicou estar o corpo da pessoa que teria sido sua primeira vítima, o próprio primo dele, Flávio Pereira Cece, 34 anos, morto em 2015. O motivo do assassinato, de acordo com o delegado Carlos Delano, titular da DEH, responsável pelo trabalho de investigação, foi o interesse do pedreiro em tomar o terreno que era do primo.

O imóvel fica aos fundos da casa onde moram familiares de Cleber. Na época, Flávio morava em um barraco e eles construíram um muro para separar o terreno, mas houve uma discordância entre o tamanho da limitação do espaço, o que terminou com o homicídio do primo.  O pedreiro se apossou do terreno e vendeu a outra pessoa por R$50 mil, dizendo a todos que a vítima tinha arrumado uma namorada e mudou de cidade.

A polícia encontrou também os restos mortais de José de Jesus de Souza, 44 anos, no Bairro Sírio Libanês e Roberto Geraldo Clariano, 50 anos, no Bairro Santo Amaro. Ambos foram mortos por Cleber que indicou a localização dos cadáveres.

(Com reportagem de Ana Lívia Tavares)

SIGA-NOS NO Google News