Onça ferida em incêndio no Pantanal morre durante recuperação

A onça-pintada macho, conhecida como Antã, resgatada em 17 de agosto na região do Passo do Lontra, em Miranda, infelizmente faleceu durante o tratamento. O animal foi encontrado em estado crítico, debilitado, desnutrido e sem forças, provavelmente devido à escassez de alimentos na área afetada pelos incêndios.

Antã foi levado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) com um peso de apenas 72 kg, bem abaixo dos 100 kg considerados ideais para sua espécie. Apesar dos esforços da equipe do Imasul, em parceria com especialistas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o animal não conseguiu superar as complicações associadas ao seu estado debilitado e à sua idade avançada, estimada em cerca de oito anos.

Durante a captura, Antã apresentava desidratação moderada (7%), estertor pulmonar e queimaduras de terceiro grau nas patas, além de duas pequenas lesões nos membros torácicos. As feridas foram tratadas com soro fisiológico e pomadas cicatrizantes. Exames revelaram alterações na bexiga e no fígado, presença de parasitas no sangue como Trypanossoma sp e Hepatozoon, além de anemia, desidratação e cistite. O tratamento das queimaduras incluiu ozonioterapia, laser terapia tópica, pomadas e bandagens.

No dia 11 de setembro, enquanto Antã se preparava para a continuidade do tratamento, uma parada cardíaca foi detectada. Apesar dos esforços imediatos para reanimá-lo, incluindo intubação e manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP), o óbito foi confirmado após três ciclos de RCP. O corpo de Antã foi enviado para necropsia e o laudo definitivo está aguardando análise histológica.

Em nota, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e o Imasul expressaram seu profundo pesar pela perda de Antã e reafirmaram seu compromisso com a proteção e reabilitação da fauna silvestre, sublinhando a importância urgente da preservação ambiental e do cuidado com a vida selvagem.