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Aquecimento e fumaça em ônibus da Linha 506 na Capital

Passageiros filmaram a fumaça saindo e o trabalho do motorista para levar o veículo cheio até o terminal

Terça-feira, 06 Maio de 2025 - 14:39 | Redação


Aquecimento e fumaça em ônibus da Linha 506 na Capital
Parada no posto de combustíveis para colocar água no radiador (Foto: Reprodução)

Um ônibus do transporte público de Campo Grande (MS) que faz a Linha 506 (Roselândia - Terminal Morenão) enfrentou aquecimento durante o trajeto obrigando o motorista a parar três vezes para colocar água no radiador e conseguir chegar ao terminal de transbordo. O fato aconteceu por volta das 7h da manhã, desta terça-feira, 6 de Maio, e o coletivo chegou ao destino com cerca de 40 minutos de atraso. Passageiros filmaram o trabalho do motorista para contornar a situação e a fumaça saindo.

O transtorno vivido pelos usuários nesta terça-feira se soma aos vários relatos de passageiros que enfrentam dificuldades devido à falta de renovação da frota. Na reunião da CPI do Transporte, desta segunda-feira, 5, o diretor-presidente da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Público (Agereg), José Mário Antunes da Silva revelou que 300 veículos da frota de ônibus da Capital estão operando ‘acima do limite prudencial de uso’.

Segundo os passageiros do 506, o ônibus trafegava pela Rua Ana Luiza de Souza, no Pioneiros, quando os problemas começaram. Uma das paradas ocorreu em um posto de combustíveis, onde o motorista pediu água para colocar no motor. Ainda de acordo com usuários, o trabalhador falava com a empresa por telefone durante as paradas, mas foi informado que não havia ônibus disponível para fazer a troca.

Ele dizia frases do tipo "está atrasado", "mas vamos ver se a gente consegue chegar". Assim, tudo o que restou ao motorista foi remediar a situação colocando água até chegar ao Terminal, onde entregou o veículo. A origem do problema que gerou aquecimento e fumaça não ficou esclarecida, mas observadores apontam que pode ter ocorrido um vazamento e a água ferveu, gerando a fumaça (vapor de água, na verdade).

O ônibus estava cheio, com todas as cadeiras ocupadas e algumas pessoas de pé. Felizmente, todos chegaram ao terminal.

Consórcio Guaicurus - O Diário Digital enviou vídeo e questionamento ao Consórcio Guaicurus -- que reúne as empresas de transporte urbano de Campo Grande -- sobre o ocorrido com o ônibus da Linha 506 nesta terça-feira e aguarda posicionamento.

Idade dos ônibus - Segundo informação do diretor-presidente da Agereg à CPI, a agência tem a obrigação de fiscalizar o contrato de concessão do serviço de transporte público. Atualmente, a frota do consórcio Guaicurus é composta por 460 veículos, sendo 71 com menos de dois anos de fabricação; 58 com fabricação entre quatro e seis anos; 20 fabricados há sete anos e; 11 há oito anos.

José Mario revelou que a auditoria confirmou que 300 veículos operam atualmente acima do limite prudencial de uso. “Nós iremos notificar o Consórcio nos próximos dias para realizar a renovação da frota. Os próximos passos são autuação e aplicação de multa”, detalhou José Mário.

Aquecimento e fumaça em ônibus da Linha 506
José Mário Antunes da Silva falou à comissão (Foto: Izaias-Medeireos/Câmara de MS)

Um dos fatos determinados que culminaram na instalação da CPI tem por objetivo investigar “a utilização de frota com idade média e máxima dentro do limite contratual e o estado de conservação dos veículos”. Durante a oitiva, foi divulgado que a idade-média dos 460 veículos que operam no Consórcio Guaicurus está por volta de 8,4 anos.

“Porém, recebemos documentos que indicam que essa idade-média da frota pode ser muito maior”, disse o presidente da CPI, vereador Dr. Livio. “Temos documentações de veículos que foram fabricados há 13 anos”, acrescentou a vereadora Ana Portela, relatora da Comissão.

O TAG (Termo de Ajustamento de Gestão) firmado com Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas do Estado estabelece que a idade-média da frota de veículos que atendem o transporte público da Capital deve ser mantida em cinco anos.

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