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Economia

Custo da energia e feijão provocam deflação em Campo Grande

Esse foi o segundo mês seguido de queda do IPCA na Capital

Sexta-feira, 11 Agosto de 2023 - 17:32 | Redação


Custo da energia e feijão provocam deflação em Campo Grande
(Foto: Divulgação)

O custo da energia elétrica residencial e o do feijão carioca ajudaram a reduzir os preços em Campo Grande. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de -0,12% em julho, 0,02 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de junho (-0,14%). Este foi o segundo mês consecutivo de deflação em Campo Grande.

No ano, o IPCA acumula alta de 2,79% e, nos últimos 12 meses, de 3,29%, acima dos 2,43% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2022, a variação havia sido de -0,95%.

Período Taxa
Julho de 2023 -0,12%
Junho de 2023 -0,14%
Julho de 2022 -0,95%
Acumulado do ano 2,79%
Acumulado nos últimos 12 meses 3,29%
 

O resultado de julho foi influenciado principalmente pelas quedas em Habitação (-1,08%), Vestuário (-0,83%) e Artigos de Residência (-0,36%). Alimentação e bebidas (-0,04%) e Saúde e Cuidados Pessoais (-0,03%) registraram leve queda.  No lado das altas pressionaram o índice positivamente Transportes (0,43%), Despesas pessoais (0,33%) e Educação (0,03%). Comunicação não registrou variação no mês (0,00%).

Grupo Variação (%)
Junho Julho
Índice Geral de Campo Grande -0,14 -0,12
Alimentação e bebidas -1,05 -0,04
Habitação -0,14 -1,08
Artigos de residência -0,76 -0,36
Vestuário 1,05 -0,83
Transportes -0,03 0,43
Saúde e cuidados pessoais 0,58 -0,03
Despesas pessoais 0,21 0,33
Educação 0,09 0,03
Comunicação 0,02 0,00
 

Em Habitação (-1,08%), grupo com a queda mais expressiva, destaca-se o recuo de energia elétrica residencial (-3,53%), por conta da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de julho, e gás de botijão (-0,63%).

A queda do grupo Alimentação e bebidas (-0,04%) deve-se, principalmente, ao recuo nos preços do feijão carioca (-11,82%), carnes (-0,10%) e pescados (-3,89%). Destacam-se ainda as quedas de panificados (-1,16%), e de aves e ovos (-1,22%). Já alimentação fora do domicílio registrou variação de 0,38%.

Em Transportes (0,43%), o resultado foi influenciado pela alta nos preços das passagens aéreas (9,45%) e dos combustíveis (2,52%).

O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,03%) foi influenciado pelas quedas nos preços de produtos farmacêuticos (-0,22%) e cuidados pessoais (-0,51%) e pela alta em serviços de saúde (0,51%).

No que concerne aos índices regionais, treze das dezesseis áreas apresentaram alta em julho. A maior variação foi em Porto Alegre (0,53%), em função da alta do preço da gasolina (6,98%). Já a menor variação foi registrada em Belo Horizonte (-0,16%), influenciada pelas quedas de 17,50% em ônibus urbano e de 4,30% na energia elétrica residencial.

Região Peso Regional (%) Variação (%) Variação
Acumulada (%)
Junho Julho Ano 12 meses
Porto Alegre 8,61 -0,02 0,53 3,36 3,73
Recife 3,92 0,28 0,40 2,93 3,31
Brasília 4,06 -0,40 0,34 2,64 4,62
Rio Branco 0,51 -0,50 0,31 2,42 3,90
Curitiba 8,09 0,03 0,28 3,24 3,82
Aracaju 1,03 0,26 0,26 3,52 4,29
Belém 3,94 -0,09 0,26 2,87 4,76
Salvador 5,99 -0,23 0,25 3,26 4,05
Fortaleza 3,23 -0,40 0,17 2,86 2,97
Goiânia 4,17 -0,97 0,16 2,22 3,65
São Luís 1,62 -0,62 0,05 0,96 1,80
Vitória 1,86 0,06 0,04 3,14 5,19
Rio de Janeiro 9,43 -0,20 0,03 2,51 3,52
São Paulo 32,28 -0,01 -0,02 3,10 4,49
Campo Grande 1,57 -0,14 -0,12 2,79 3,29
Belo Horizonte 9,69 0,31 -0,16 3,30 3,49
Brasil 100,00 -0,08 0,12 2,99 3,99
 

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de junho a 28 de julho de 2023 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de maio a 28 de junho de 2023 (base). O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Segundo o economista e superintendente de Indústria, Comércio, Serviços e Comércio Exterior da Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, José Eduardo Corrêa dos Santos, o cenário inflacionário local tem se mantido muito próximo à realidade nacional.

“Após meses de políticas monetárias rígidas por parte do Banco Central os preços começam a desacelerar, se situando dentro da meta estabelecida pelo próprio Banco, de 3,25% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima, o que permitiu ao Banco Central realizar o primeiro corte na taxa básica de juros (SELIC), para 13,25% ao ano na última reunião trazendo otimismo aos setores produtivos”, diz.

O cenário de inflação mais baixa, aliada à situação de pleno emprego que Campo Grande tem experimentado, ajudam a melhorar as perspectivas para a economia municipal para os próximos meses.

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