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Musical “Heathers” chega à Capital com humor ácido e crítica social afiada

Adaptação sul-mato-grossense do clássico cult off-Broadway aborda temas atuais

Domingo, 02 Novembro de 2025 - 10:00 | Sandra Salvatierre


Musical “Heathers” chega à Capital com humor ácido e crítica social afiada
O elenco é formado majoritariamente por estudantes dos cursos de Teatro e Dança da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), com a participação de artistas de outros cursos e instituições. A diversidade, segundo as diretoras, foi essencial para o entrosamento e a riqueza criativa da montagem. (Fotos: Isabel Helena).

Um ícone do teatro musical cult off-Broadway que marcou gerações nos anos 1990 ganha nova vida em Campo Grande (MS). O espetáculo “Heathers – O Musical” será apresentado no dia 15 de novembro, sábado, às 19 horas, no Teatro Allan Kardec, reunindo 19 artistas em uma montagem provocante, musicalmente vibrante e socialmente relevante.

Inspirado no filme homônimo de 1988, o musical mantém seu tom ácido e sarcástico, abordando temas como bullying, popularidade, exclusão social, agressão sexual, homofobia, violência escolar e suicídio entre adolescentes,  questões que, quase quatro décadas depois, continuam atuais e urgentes.

 

“Heathers é voltado para o público jovem e traz à cena temas delicados de forma irônica e provocativa, com muito humor ácido, música boa e atitude. Queremos que essas pautas se tornem protagonistas da narrativa, promovendo reflexão, identificação e diálogo com o público”, afirma a diretora Clara Lanzoni.

Junto à codiretora Sarah Oliver, Clara assina uma nova releitura do roteiro, com adaptações que dialogam com a realidade brasileira e a vivência dos jovens sul-mato-grossenses.

“É claro que se trata de uma adaptação do musical da Off-Broadway. Fizemos ajustes nos enredos dos personagens, nas músicas, nas coreografias e em outros elementos, de modo a tornar a obra mais próxima da nossa realidade local”, explica Sarah.

 


Releitura provocante de um clássico

Ambientado em uma escola de ensino médio, “Heathers” retrata três garotas populares, Heather Chandler, Heather Duke e Heather McNamara; que exercem domínio e medo sobre os colegas. O enredo gira em torno de Verônica Sawyer, uma estudante que consegue se infiltrar no grupo, mas acaba se envolvendo com o rebelde Jason Dean (J.D.), mergulhando em um enredo de violência, caos e dilemas morais.

O elenco é formado majoritariamente por estudantes dos cursos de Teatro e Dança da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), com a participação de artistas de outros cursos e instituições. A diversidade, segundo as diretoras, foi essencial para o entrosamento e a riqueza criativa da montagem.

Entre os intérpretes principais estão Lallo Santos (Heather Chandler), Mari Goulart (Heather Duke), Yasmin Oliveira (Heather McNamara), Sofia Augusto (Verônica Sawyer) e Mateus Duarte (Jason Dean – J.D.), todos com experiências prévias em produções locais e projetos acadêmicos.

Nos bastidores, a equipe conta com oito profissionais que assinam as áreas de direção, coreografia, técnica, figurino, comunicação e produção executiva.

“O público pode esperar muita dança, energia, emoção e uma narrativa intensa, permeada por momentos de humor, crítica e sensibilidade. É uma história real e impactante, que certamente tocará cada espectador em algum momento”, comenta Sarah.

Clara complementa: “A classificação indicativa é de 16 anos — menores podem assistir acompanhados de responsáveis, que devem estar cientes dos temas abordados.”


Teatro independente em ascensão

A produção é assinada pela Vinci Produções, companhia criada em 2025 e já em sua segunda montagem. A estreia da produtora ocorreu em maio, com o espetáculo autoral “Velas e Eras”, escrito por Sarah Oliver.

“Estamos com novos projetos e já de olho em produções futuras. Queremos contribuir com o teatro musical independente e fortalecer a cena artística local”, reforça Sarah.

Com humor ácido, trilha vibrante e reflexões contundentes sobre juventude e poder, “Heathers” promete provocar risos, incômodos e reflexões — e consolidar Campo Grande como palco de uma geração criativa que não teme discutir temas urgentes sob as luzes do teatro.
 

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