Geral
Mãe de menina com Covid-19 relata aprendizado
Quarta-feira, 15 Abril de 2020 - 15:53 | Redação
O que podemos aprender com o Covid-19
1º Respira e não pira!
2ª Não é doença de idoso;
3ª Não é doença de pessoas com alguma doença pré-existente
4º Não é uma gripezinha;
5ª Ressignificar todos os dias é um ato de sobrevivência!
A lista acima foi feita pela publicitária Farid Fahed, uma campo-grandense que atualmente vive em São Paulo com a filha de 12 anos e o marido. A criança foi diagnosticada com Covid-19 colocando a família em uma situação totalmente nova de incertezas, preocupações, mas também de muita fé e união.
Abaixo, ela conta em primeira pessoa como foi essa experiência marcante na história da família. Farid Fahed também acrescenta ao final do relato frases de especialistas e profissionais a quem ela recorreu e que a ajudaram a enfrentar o momento difícil.
A nossa experiência com esse vírus:
Dia 6 de Abril, domingão, churrasquinho, céu azul, tudo na normalidade, até quando umas 16h minha filha, que se chama Beatriz (12 anos - super saudável) me fala que não está se sentindo muito bem, eu achei que era cansaço, porque tinha brincado de bola com meu pai, que teve que vir à São Paulo por questões de trabalho e acabou passando aqui em casa, já que estávamos todos com saúde em dia, achamos que tudo bem ele vir, já que estávamos seguindo o distanciamento social e não o isolamento.
Bom, pedi pra minha filha tomar um banho e descansar, acho que era umas 16h, meu pai foi embora umas 17h, quando parei de fato pra ver o que ela estava sentindo, ela se queixava de dor nas pernas e cansaço, como se fosse uma falta de ar, não tinha febre e nenhum outro sintoma… Quando foi às 18h dei um Paracetamol por conta própria, que não é certo, mas quem nunca, né?!
Ela começou a chorar por causa da dor na perna e aí que percebi que havia algo errado, aqui em casa procuramos trabalhar muito a consciência corporal e raramente adoecemos, a Bia em 12 anos de vida, ficou doente uma vez quando tinha 6 anos.
Fomos para o Hospital Metropolitano na Lapa aqui em SP. De lá já não saímos mais… A enfermeira aferiu a temperatura, uma surpresa, febre 38,5, a médica que não me lembro o nome, mas de uma atenção e educação rara (Graças a Deus), percebeu que havia ali um quadro viral acontecendo, a Bia não tinha tosse e nem tinha tido febre até aquele momento, as queixas eram dor nas pernas, cansaço que trazia uma certa dificuldade em respirar, mas pelo aparelhinho, não havia falta de ar.
Já fomos encaminhadas para internação, os exames de sangue todos ok, a única alteração era algo bem sutil no pulmão, a médica já iniciou antibiótico e entramos com suspeita de algum processo viral, a princípio era mais desconfiança de H1N1 do que de Covid-19 ou outro vírus. Foi uma noite longa, a Bia passou muito mal, controlou a febre, mas a dor continuava e vieram umas sessões de vômitos que pareciam intermináveis.
Depois disso já nos colocaram em isolamento, a Bia já estava com soro para garantir hidratação, antibiótico e tamiflu que é uma medicação utilizada para H1N1. Somos campo-grandenses residindo há menos de 1 ano na capital paulista, aqui só somos nós: eu, meu marido e a Bia.
Optei em não contar para os familiares distantes, só para os que tinha certeza que não iriam ficar muito preocupados e não iriam entrar na frequência do medo, essa decisão foi até mesmo para não gerar um pânico, já que a maioria das publicações sobre o covid-19 são de morte e de muitas complicações, preferi manter a calma, a energia elevada, o pensamento em Deus e convocar Jesus para essa batalha.
Não tenho religião, busco incansavelmente a espiritualidade, além da minha profissão, hoje trabalho como facilitadora de autoconhecimento e utilizo as ferramentas de Access Consciousness, então era o momento de aplicar tudo o que acredito, a energia Crística, a fé em Deus, a respiração, a destruição de tudo o que impedia minha filha de estar saudável naquele momento.
Contei pra uma tia, que tem uma fé que nunca vi igual (Católica), para uma amiga que é Espírita e trabalha com Reiki, que enviou para nós, para outra amiga e um amigo que são Evangélicos, uma amiga que é médica, que me tranquilizou muito sobre em como hospital estava conduzindo nosso caso (eu sou desconfiada e não gosto de usar muita medicação) e para mais duas amigas que são como eu, cremos na unificação.
Aí começou nosso círculo de fé, de positividade, de amor, de calma e de decisão de enfrentar isso ressignificando. E o que quero dizer com isso, que em tempos de caos, de dor, de pandemia, o que importa é a calma, a fé, o amor e a união entre todos os seres. Já é um sofrimento coletivo, não adianta levantar mais dor, mais pânico do que já é!
Veio o resultado, COVID-19 DETECTADO! Eu e minha filha nos olhamos, claro, nossos olhos encheram de lágrimas, impossível receber esse diagnóstico e não lembrar de tudo o que a mídia joga como um tsunami todos os dias, mesmo a gente não assistindo jornais acaba vindo pelos grupos de whats, pelas mídias sociais, pelos amigos…
A médica saiu do quarto, olhei para minha filha e disse a ela: - fica firme filha, só mais uma batalha pra gente superar juntas. Com a Graça de Deus e nosso exército forte, fomos vencendo, cada dia uma melhora surpreendente, quando já estávamos caminhando para alta, foi quando contei para os familiares, alguns demonstraram certa chateação por eu não ter contado antes, mas enfim, acredito que devemos também seguir a nossa sabedoria interna e seguir esse instinto de mantermos a nossa frequência alta e a calma.
Hoje já estamos em casa, seguindo o isolamento até dia 19. Essa experiência é uma prova de que sempre haverá problemas, mas tudo depende de como olhamos para eles, de como é bom buscarmos autoconhecimento, gestão das emoções, não é fácil e nunca será uma situação como esta, mas acredite, se você consegue manter a serenidade e a fé, tudo é possível.
Desejo e manifesto que tudo isso passe logo para todos, que possamos manter a calma e a fé. Ainda virão tempos difíceis, mas temos que colocar o foco no que é possível fazer para superar. Somos seres humanos incríveis, sei que nem todos superam e que muitos estão morrendo, vamos orar por essas pessoas, emanar amor e que tudo termine da forma mais suave possível.
Ah, eu e meu marido somos assintomáticos, meu pai não teve nenhum sintoma, lembre-se que tem muuuuita gente se curando também, se for olhar gráficos, olhe por inteiro.
“Neste momento, todos estão juntos e são vulneráveis. Somos iguais. Ricos e pobres, negros, brancos, amarelos,etc, evangélicos , católicos ou espíritas. Isto me lembra algo que o meu pai sempre dizia: quando alguma coisa te incomoda, descobrir porque incomoda é a resposta que precisa para seguir em frente. Vencer o medo? Ver todas as pessoas realmente com o respeito de iguais? Sair da zona de conforto e criar um plano B? Já enfrentamos situações semelhantes, e continuamos. Também continuaremos agora, porém espero que possamos nos transformar em pessoas melhores. Em termos médicos, todos estão vendo as possibilidades , os riscos, etc na mídia. Nada a acrescentar.” Saron - médica, amiga que me amparou pelo whatsapp.
“Esta pandemia nos colocou em posição de alerta, uma vez que é um fator de risco à sobrevivência humana. Diante disso, o ser humano tende a entrar em um ciclo de estresse, colocando todo seu sistema em preparação para uma luta ou fuga diante do perigo. Sabemos que na situação que estamos, essas opções não são totalmente possíveis, ficando assim, com o estresse e medo, gerando ansiedade e desconfortos emocionais de todos os tipos. O ser humano precisa ser olhado de maneira integral e neste momento é imprescindível procurar não se expor e não alimentar situações e assuntos que aumentem o estresse e os efeitos emocionais causados pelas mudanças e impactos gerados na vida cotidiana. É hora de olhar para si e para o mundo com olhos de cuidado, fortalecer nossa ação em enfrentar as dificuldades advindas desse processo e ressignificar a maneira como temos nos comportado com nós mesmos, com as outras pessoas e com o mundo. Sem dúvidas, este acontecimento deixará marcas na vida de cada um e também na humanidade, porém cabe a nós enxergarmos nossa responsabilidade neste contexto, em fazer com que essas marcas sejam usadas de maneira positiva e para o bem seja agora, seja no futuro”, Cintia Brito da Cruz - Psicóloga
“Neste momento de pandemia, a atividade física vem como grande aliada para que, os dias de distanciamento social se tornem menos angustiantes, trazendo mais serenidade, atenção para o momento presente, conexão com o corpo, melhorando assim, o quadro ansioso e de estresse absorvido pelas notícias e incertezas. Alguns benefícios da Atividade física: Reduz o estresse, melhora a qualidade do sono, equilibra a produção de hormônios, aumenta a disposição, fortalece o sistema imunológico, alivia os sintomas de transtornos mentais, melhora dores e ameniza sintomas de depressão; etc. Permitir-se parar um momento do dia, para realizar uma atividade física, isso pode mudar o seu dia todo.” Simone Vimala – Profissional de Educação Física e instrutora de yoga.
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