Cozinha do futuro: tecnologia promete transformar o jeito de cozinhar

No ano passado, a Freescale, uma fabricante de eletroeletrônicos dos Estados Unidos, divulgou que havia encontrado um jeito de modernizar a tecnologia usada hoje para fabricar os fornos de micro-ondas -- que não é alterada há meio século: por meio de um dispositivo que, ao invés de aquecer o prato inteiro, mira apenas partes que se deseja esquentar. Com isso, a empresa disse que será possível preparar saladas e carnes no mesmo prato. 

A tecnologia consiste em uma nova emissão de frequência de rádio derivada (RF, sigla em inglês para radio frequency), a mesma usada para alimentar torres de sinal de celular, capaz de isolar um local para colocá-lo diante das explosões de energia. Até hoje, os micro-ondas são feitos da mesma forma que os radares militares, com magnetrons, tal como era em 1940. 

"Por meio do uso de múltiplos emissores e do seu formato em feixes, a tecnologia também permite o cozimento simultâneo de vários componentes de um prato, ou ter múltiplos alimentos sendo cozidos ao mesmo tempo com diferentes proteínas, amidos ou vegetais, o que simplifica demais a preparação", afirmou o jornalista de tecnologia Jason Perlow, da Forbes.

É apenas um dos avanços que devem revolucionar o jeito de cozinhar, segundo a publicação estadunidense. Outra empresa do país recentemente publicou em uma revista especializada que está projetando uma placa que permite analisar as condições de uma porção de alimento. Ao colocar um prato ou uma tigela com comida sobre ela, um dispositivo fornece em tempo real o peso, quantidade de calorias e outras informações nutricionais. O aparelho ainda é um protótipo, mas deve chegar ao mercado dos Estados Unidos até o ano que vem. 

A diminuição dos eletrodomésticos, aliás, é um processo pelo qual o fogão já passou. Hoje, é possível encontrar no mercado modelos de cooktops com aquecimento a gás ou elétrico, mas os mais modernos possuem outros dois modos de aquecimento: por radiação e por indução. No primeiro, as panelas precisam ter um fundo liso para absorver o calor. No segundo, cuja tecnologia é ainda mais avançada, as panelas são aquecidas ao entrar em contato direto com a boca do fogão.

Assim, ao invés da chama transferir o calor para a panela – como em um fogão tradicional –, um cooktop que funciona por indução ativa um campo eletromagnético entre ela especialmente desenvolvida para esse tipo de fogão e sua superfície. A transferência de calor se dá em toda a panela, por igual, através de ondas eletromagnéticas. A panela se esfria quase que imediatamente quando é retirada da zona de cocção.

A geladeira, por fim, não poderia ficar de fora dos progressos técnicos. Para ela, a grande expectativa é que ela fique sem porta, substituída por um gel que “engole” os alimentos e os mantêm gelados dentro de uma espécie de gosma. Ainda um protótipo, essa nova geladeira promete manter cada alimento isolado dos demais e refrigerado da mesma forma, sem intervenção do abre e fecha das geladeiras convencionais. Isso prolongaria a vida útil dos alimentos, que estariam constantemente refrigerados.