• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

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Acadêmicos da UFMS protestam contra corte de verbas

Quarta-feira, 25 Setembro de 2019 - 16:59 | Redação


Posicionados contra o projeto ‘Future-se’ apresentado pelo Ministério da Educação, cerca de 80 acadêmicos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), realizam protesto na instituição desde terça-feira passada, 24 de Setembro. Eles bloqueiam o acesso ao bloco 6 da universidade. Os estudantes aguardam posicionamento da reitoria que ainda não se manifestou sobre o assunto.

O Future-se é um programa que tem como objetivo dar mais autonomia financeira para as Universidades e Institutos Federais, dando forças ao empreendedorismo e a inovação e captando recursos privados, por meios de contratos de gestão da União com Organizações Sociais (OS) que possuam atividades “ligadas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à cultura e que estejam relacionadas às finalidades do Programa”.

Segundo um dos acadêmicos responsáveis pelo protesto, que preferiu não se identificar temendo retaliações, a reitoria da UFMS não se posicionou até o momento em relação a aderir ou não o projeto, já que o mesmo funciona por adesão, ou seja, participa a Universidade que assim desejar.

“Já aconteceram várias iniciativas, não só aqui no Estado, mas também nas demais Universidades Federais do nosso país, tanto que outras reitorias já se posicionaram contra ou favor, porém, a UFMS ainda não nos deu nenhum esclarecimento”, ressalta o universitário.

Diante a situação, ele ainda comentou sobre quais as consequências, de um ponto de vista acadêmico, caso a Universidade aprove o projeto. “O programa vem para ser implementado na Universidade com um caráter muito mercadológico, basicamente abrindo a Instituição para administrações de organizações sociais/empresas, dando indícios de uma privatização que não concordamos. Não acreditamos que privatizar as Universidades seja o melhor caminho. A proposta de trazer empresas para dentro da comunidade acadêmica é muito problemática. Não queremos alimentar um mercado capitalista dessa forma”.

O universitário ainda conta que foi alterada a data de decisão para a aplicação do programa na Universidade. “A data estava marcada para o dia 27 de setembro, para que o conselho universitário pudesse votar contra ou a favor do projeto aqui na UFMS, entretanto, foi adiada pela reitoria para daqui 1 mês, para justamente desmobilizar esse movimento estudantil, mas estamos aqui como resposta e não sairemos até um esclarecimento aos que aqui se interessam”, finalizou.

Vale ressaltar, que além do novo projeto, os universitários também protestam contra os cortes de verbas e bolsas. Em relação ao panorama de corte de gastos, R$ 29 milhões são diretamente do Ministério da Educação (MEC) e R$ 51 milhões bloqueados de emendas parlamentares. Sendo assim, foram calculados R$ 80 milhões a menos para a Universidade, o que aponta ser o segundo maior corte entre as instituições de todo o país.

Durante esta tarde (25), será realizada uma audiência pública a respeito do projeto ‘Future-se’ e, até então, os acadêmicos irão permanecer no bloco 6, aguardando por uma resposta da Universidade.

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